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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Violência em nome de Buda II

Quando a maioria dos ocidentais pensa em budismo, o que vem à mente são homens barrigudos, sorridentes e com frases inspiradoras de paz e elevação espeirtual, mas na pratica será ? 


O budismo baseia-se na não violência, mas este alicerce espiritual não está a ser suficiente para impedir alguns budistas de se tornarem violentos. Nem agora nem no passado. Os sinistros Khmers vermelhos surgiram num ambiente budista. O seu chefe, Pol Pot, chegou a ser monge budista na juventude.
















E não é a primeira vez que monges birmaneses avalizam a violência como tática legítima. Estiveram na vanguarda da luta contra a colonização britânica e alguns voltaram o punhal contra os europeus em Rangum, para lutar pela independência.

Também no Sri Lanka, as relações entre violência e budismo fazem parte da história.

O radicalismo entre os budistas, especialmente aqueles que são minoritários em países de maioria muçulmana, é um tema recorrente em reuniões religiosas e intervenções na Internet.

Mianmar, ex Birmânia, um país com maioria budista 90 % da população, e governo budista de extrema intolerância religiosa. Os 500 mil monges budistas de Mianmar se dedicam a expulsar do país o grupo étnico Rohingya, praticante do islamismo, “devolvendo-os” a Bangladesh, que seria seu lugar de origem. A campanha de expulsão, que está dando resultados, é lastreada por uma gama de desumanidades que vai dos castigos físicos a leis que controlam a natalidade dos muçulmanos e lhes vetam os serviços públicos.

Refiro-me, pois, à violência budista, algo impensável para a maioria dos budistas espalhados pelo mundo e para milhões de não budistas que têm uma noção de tranquilidade e elevação espiritual quando pensam nessa religião, a quinta maior da humanidade, 380 milhões de adeptos. Surgiu meio milênio antes de Cristo, com as reflexões de um nepalês chamado Sidarta Gautama, um avatar, um homem transcendente. Seus ensinamentos essenciais são focados nos caminhos para a plena realização da natureza humana, para a eliminação do sofrimento, que é causado pelo desejo. Os caminhos da paz interior, da não violência, de uma relação sacralizada com o próximo e com o mundo.

Sidarta, também chamado Buda (Iluminado em sânscrito), fundou uma religião sem Deus, sem Deuses. A divindade está na relação do humano com a natureza material e imaterial. É a única grande religião sem Deus, não-teísta. A esse diferencial, soma-se outro: o nome Buda não se refere apenas a Sidarta, mas sim ao conjunto de todos os iluminados, dos seres com inteligência e sensibilidade superiores à normalidade humana que ajudam seus semelhantes a dialogar com os grandes mistérios da existência.

Abaixo vilas e mesquitas sendo queimadas.




Sabemos que todas as grandes religiões protagonizaram guerras e matanças ao longo da História, inclusive o budismo em antigos conflitos no Japão. Mas na Idade Moderna do Ocidente (ou seja, a partir de 1500) sua imagem para a humanidade é a da busca da paz, um entendimento respaldado pela aproximação das percepções de Sidarta às tradições filosóficas chineses da meditação zen e do pacifismo tao. Os monges de Mianmar desmentem isso e, chafurdando na intolerância e na brutalidade, nos chocam e entristecem.

Um comentário:

  1. ~Eu acho o seguinte...quem sabe vocês poderiam postar as barbaries que os seguidores do Islã ... dito religião da paz promovem pelo mundo ... lobos em pele de cordeiros ?

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