Translate

domingo, 28 de junho de 2015

Sobre o Arrependimento

Um Cristão Perguntou sobre o Arrependimento



Pergunta: Eu sou um cristão e minha pergunta é a seguinte: Se alguém decide se arrepender depois de uma vida cheia de atos de desobediência e de pecados, e está comprometido com o Senhor a se arrepender, eu sei que o Islam diz que ele receberá o perdão. A minha pergunta é: O que acontece com os pecados que ele cometeu? Ele desobedece a Deus e alguém tem que suportar o castigo por esses pecados? Quem é esse alguém, tendo em vista que o Senhor perdoou o autor do pecado quando este se torna um crente? Temos no caso de Adão que obteve uma punição em consequência de seu pecado.
Resposta:
Louvado seja Allah, que nos guiou ao Islam. Nós não teríamos sido devidamente orientados sem não fosse por Ele. Em primeiro lugar, agradecemos ao questionador e pedimos a Allah que lhe guie.
Questionador, Deus Todo-Poderoso criou-nos para um grande propósito, que é adorá-Lo exclusivamente, sem associar qualquer coisa com ele. Allah diz:
"Não criei os gênios e os humanos, senão para Me adorarem." (Alcorão 51:56)
O propósito de nossa criação é adorá-Lo exclusivamente. Allah não nos criou somente para nos contentarmos em comer, beber, jogar, trabalhar, cansar. Em vez disso, Ele nos criou para adorá-Lo e para não sermos ingratos com Ele e para que nos lembremos d'Ele e não nos esqueçamos d'Ele. Esse é o objetivo! Que nobre objetivo! O dia em que o homem vive para adorar seu Senhor e Mestre, para servir sua religião e cumprir com suas ordens. Ele está fisicamente na terra, mas o seu coração está com Deus no outro mundo. Eis que ele capta a realidade desta vida, sua mesquinhez e a pouca importância que tem, um estado em que o pouco que lhe resta não deve ser dedicado a amenizar prazeres carnais e passageiros. Senhor! Guia-nos como somente Tu sabes guiar.

A prática da adoração deve ser bem explicada e ensinada, então Deus enviou Seus mensageiros:
"... Foram mensageiros alvissareiros e admoestadores, para que os humanos não tivessem argumento algum ante Deus, depois do envio deles, pois Deus é Poderoso, Prudentíssimo." (Alcorão 4:165)
Aquele que se converte ao Islam foi bem orientado. Aquele que se desvia terá perdido completamente tudo. Deus Todo-Poderoso disse:

"Já vos chegaram as evidências do vosso Senhor! Quem as observar será em benefício próprio; quem se obstinar (em negá-las) será igualmente em seu prejuízo, e eu não sou vosso guardião." (Alcorão, 6:104)
O homem que se converte escolheu a felicidade:

"Quanto aqueles que se submetem (à vontade de Deus), buscam a verdadeira conduta." (Alcorão 72:14)
O homem é falível, esquecido e sempre expostos ao pecado, Allah estabeleceu para Seus servos o arrependimento, como a abertura de uma porta que não será fechada até a vinda da Última Hora. Ele chamou os seus servos para o arrependimento sincero. A este respeito, o Altíssimo, diz:

"Ó crentes, voltai, sinceramente arrependidos a Deus; é possível que o vosso Senhor absolva as vossas faltas e vos introduza em jardins, abaixo dos quais correm os rio" (Alcorão, 66: 8) e disse: "Ó crentes, voltai-vos todos, arrependidos, a Deus, a fim de que vos salveis!" (Alcorão 24:31)
Saiba que os pecados são de duas categorias: a primeira diz respeito aos direitos de Allah Altíssimo; a segunda trata dos direitos das criaturas.

Quanto ao que diz respeito aos direitos de Allah, evitando coisas como a prostituição, o consumo de álcool, o abandono das obrigações relacionadas com o cumprimento da oração, zakat. Se alguém comete pecados que têm sanções previstas pela Sharia, como prostituição e consumo de álcool, e se as sanções são aplicadas ao pecador, ele é então purificado. Se as sanções não são aplicadas e o pecador se arrepende a Allah, Allah o absolve e transforma seus pecados em boas ações. Se um pecador encontrar Allah antes de se arrepender e antes de sofrer as sanções, seu destino, no Dia da Ressurreição, vai depender da vontade de Deus; Ele poderá punir ou poderá perdoá-lo.
Al-Bukhari (18) e Muslim (1709) narraram de Ubada Ibn Samit, que testemunhou a batalha de Badr e foi um dos batedores da noite de Aqba, que disse que o Mensageiro de Deus ﷺ disse na presença de um grupo de seus companheiros: "Façam-me um juramento de lealdade de não associar nada na adoração de Deus, abster-se do roubo, não matar seus filhos, parar de proferir calúnias e não desobedecer a uma ordem. Qualquer um de vocês que permaneça fiel ao seu compromisso será recompensado por Allah. Quem comete uma violação de seu juramento, e for punido aqui na terra, isto será uma expiação para ele. Quem comete uma violação que permanecerá velada por Deus, seu destino dependerá de Allah; Ele poderia perdoá-lo ou puni-lo." Nós juramos lealdade a ele tendo isso como base.
A versão de Al-Bukhari (6416) afirma: "Quem comete um ato proibido e sofre a devida penalidade na terra será purificado e terá expiado seu pecado."
Al-Hafidz disse em al-Fath (1/68): "Deduzimos do hadith que a aplicação de uma penalidade ao pecador apaga o pecado, mesmo sem o arrependimento do infrator, que é a opinião da maioria de estudiosos."
Ahmad (1365) narrou de Ali ibn Abi Talib que o Mensageiro de Allah ﷺ disse: "Se alguém comete um pecado e sofreu a punição que corresponde ao pecado, Deus será muito justo com ele e não irá duplicar a punição. Se alguém comete um pecado, e Deus o impede de ser levado ao conhecimento do público e o perdoa, Deus é demasiado justo para julgar novamente um pecado que ele já perdoou." [Este hadith é considerado hasan por al Aranaut em al-Musnad Tahqiqi. Al-Hafihz considerou hasan uma versão similar relatada por al-Tabarani.]
Allah diz:
"Aqueles que não invocam, com Deus, outra divindade, nem matam nenhum ser que Deus proibiu matar, senão legitimamente, nem fornicam (pois sabem que) quem assim proceder, receberão a sua punição. No Dia da Ressurreição ser-lhes-á duplicado o castigo; então, aviltados, se eternizarão (nesse estado). Salvo aqueles que se arrependerem, crerem e praticarem o bem; a estes, Deus computará as más ações como boas, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo." (Alcorão 25:68-70)
O Transcendente disse:

"Deus jamais perdoará quem Lhe atribuir parceiros, conquanto perdoe os outros pecados, a quem Lhe apraz. Quem atribuir parceiros a Deus desviar-se-á profundamente." (Alcorão 4:116)
Este último versículo se refere a quem não se arrependeu. Seu destino depende da vontade de Deus, desde que não cometa idolatria. Porque o autor da idolatria não será perdoado.

Em relação à segunda categoria de pecados, o que diz respeito aos direitos dos servos, evitando coisas como furto ou roubo de sua propriedade, o ataque à sua honra através da calúnia ou maledicência, ou agressão física. Esta categoria de pecado exige arrependimento, além de uma compensação por danos ou obter o perdão da vítima. Se vier a falhar nisto, a responsabilidade que decorre do pecado incombe ao pecador até o dia da Ressurreição. Uma parte de suas boas ações serão então subtraídas para reparar a injustiça que ele cometeu. A respeito disto, o Profeta ﷺ disse: "Quem quer que tenha cometido uma injustiça contra alguém, quer se trate de sua honra ou qualquer outra coisa, ele deve então pedir perdão (à vitima da injustiça) antes que chegue um dia onde nem dinar nem dirham (dinheiro) (estão disponíveis). Se o agressor tem boas ações, ser-lhe-á subtraído então uma parte para reparar os danos causados a terceiros. Se ele não tiver boas ações, então será depositado sobre ele a culpa dos delitos de suas vítimas." (Relatado por al-Bukhari (2317)
Portanto, sabemos que a ideia de que todo o pecador deve ser punido aqui na terra, é uma ideia que não é apoiada por nenhum argumento. Mas, se o pecador está cumprindo uma sentença aqui, esta apaga o pecado. Se ele escapar da punição e se arrepender, Deus aceitará o seu arrependimento.
A mais falsa opinião é a de que a pena de um pecado pode ser aplicada a uma pessoa que não o seja o autor deste pecado. Esta avaliação é feita por alguns ignorantes sobre o caso de Adão (عليه سلم). Eles afirmam que sua descendência, incluindo profetas, carregam o seu pecado, até ao ponto que Deus teve que enviar o Seu único filho e deixá-lo sacrificar e crucificar para expiar o pecado original! Isso é uma grande mentira contra Deus e Seus profetas. É uma injustiça que transcende as leis de Deus. Deus não cobra de alguém um pecado cometido por outra pessoa. Neste sentido, ele disse:
"E nenhum pecador arcará com culpa alheia; e se uma alma sobrecarregada suplicar a outra a que lhe alivie a carga, esta não lhe será aliviada no mínimo que seja, ainda que por um parente." (Alcorão, 35:18)
Certamente Allah é Clemente e demasiado justo para punir uma geração devido a um erro cometido por seus antepassados, que, aliás, se arrependeram deste erro e obtiveram o perdão divino. A respeito disto, o Altíssimo, disse:

"Todavia, Satã os seduziu, fazendo com que saíssem do estado (de felicidade) em que se encontravam. Então dissemos: Descei! Sereis inimigos uns dos outros, e, na terra, tereis residência e gozo transitórios. Adão obteve do seu Senhor algumas palavras de inspiração, e Ele o perdoou, porque é o Remissório, o Misericordioso." (Alcorão, 2:36-37)
O Transcendente disse:

"Ambos (Adão e Eva) comeram. Em seguida, a sua nudez lhes apareceu. Eles começaram a cobrir-se com folhas de Paraíso. Adão desobedeceu a seu Senhor e se extraviaram. Seu Senhor então o elegeu, aceitou o seu arrependimento e o guiou." (Alcorão, 19:121-122)
Adão reuniu duas coisas: Por um lado, ele sofre a penalidade do pecado, por outro lado, ele se arrependeu e foi perdoado por Deus que, além disso, o elegeu e o honrou.

Em suma, aquele que vive uma vida cheia de atos de desobediência e do pecado, deve retornar ao seu Misericordioso e Generoso Mestre para pedir seu perdão e arrepender-se a Ele. E ele vai obter, de acordo com a promessa feita pelo Transcendente com estas palavras:
"Dize: Ó servos meus, que se excederam contra si próprios, não desespereis da misericórdia de Deus; certamente, Ele perdoa todos os pecados, porque Ele é o Indulgente, o Misericordiosíssimo." (Alcorão 39:53)
É um alívio que Deus tem feito através desta clemente Sharia. Deus tinha ordenado aos filho de Israel a se matarem como meio de mostrar seu arrependimento. Em seguida, ele alivia esta comunidade do Islam beneficiando-a com a misericórdia em seus fardos e penalidades.

Finalmente, pedimos a Allah para ajudar o questionador, para o guiar e abrir seu peito para o Islam para que ele se torne um membro desta comunidade muçulmana, que aceitou Allah como Mestre, o Islam como religião e Muhammad como Profeta.
E Deus sabe mais.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Os males da calunia parte I



Calunias  meras palavras porém são palavras que traz a quem as profere a vergonha e a humilhação, e que o colocam no Fogo do Inferno. Essa pessoa cedeu aos seus desejos vãos e sucumbiu a suas tendências destrutivas.


O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] disse: 


“Um homem pode falar uma palavra sem pensar em suas conseqüências, mas por causa dela, ele mergulhará no Inferno tão fundo como a distância existente entre o leste e o oeste”. [Sahih Al-Bukhari 6477 e Sahih Muslim 2988].

Um muçulmano quando pronuncia palavras onde descreve seu irmão de forma negativa – explícita ou implicitamente – se afunda na perdição se clara e evidente através desse ato. E o que poderia ser uma perdição maior para uma pessoa do que falar mal de outras, não ganhando absolutamente nada com essa atitude, mas pelo contrario, perdendo as suas bênçãos e as suas recompensas obtidas antes por suas boas ações? E se as suas boas ações acabarem, os pecados daqueles que foram caluniados serão retirados deles e jogados todos no caluniador, até que ele seja lançado por eles [os pecados] no inferno.

Um muçulmano pronuncia uma simples palavra através da sua língua sem pensar, sem qualquer consideração e sem raciocinar que elas serão cobradas dele por ter-las dito. Na verdade, isso é algo que muitas pessoas não se preocupam.

Uma vez Mu‘adh ibn Jabal, o ilustre companheiro, perguntou ao Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] quais as boas ações que ao fazer lhe introduziria no Paraíso e o distanciaria do Inferno. 

O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] mencionou-lhe as virtudes de muitas boas ações, então disse: “Queres que te informe sobre a base de tudo isso?”. Mu’adh disse: “Certamente”. O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] pegou sua própria língua e disse: “Contenha esta”. Mu’adh então perguntou: “Ó Profeta de Deus! Seremos cobrados das coisas que dizemos?”. 

O Profeta [que a paz e as bençãos de Allah estejam com ele] respondeu: “Que sua mãe seja privada de ti, ó Mu’adh! Existe algo que jogará as pessoas de cabeça no Inferno salvo o que é colhido de sua língua?”. [Sunan At-Tirmidhi 2616 e Sunan Ibn Majah 3973].

Também disse Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele]: “Aquele que possa garantir para mim o que esta entre seus lábios e o que está entre as suas pernas, eu poderei lhe garantir o Paraíso”. [Sahih Al-Bukhari 6474].

O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele], quando disse “o que esta entre seus lábios” estava se referindo às palavras ditas por uma pessoa diz, para garantir assim que as pessoas falem somente o que agrada Allah. Quando ele disse “e o que está entre as pernas”, se referia as relações sexuais, o que significa que a pessoa deve garantir não se envolver em qualquer atividade sexual ilegal proibida por Allah.

A calunia pode ser definida como proferir palavras com as quais é mencionado algo sobre seus companheiros muçulmanos de forma ruim [maldosa], ou mencioná-las de forma que ele fique descontente com as tais. Isso é chamado de calúnia porque uma pessoa geralmente deprecia outra na ausência desta.

O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] define a intriga da seguinte maneira, e sua definição é preferível acima de qualquer outra:

Ele disse: “Você sabe o que é calúnia?” 

Eles disseram: “Allah e Seu Mensageiro sabem melhor”. Ele disse: “É falar do seu irmão algo que ele não gostaria que fosse mencionado sobre sua pessoa”. [Sahih Muslim 2589].

An-Nauaui comenta [Al-Adhkar]: “Mencionar algo a respeito sobre aquilo que seu irmão não gostaria inclui o que se refere a seu corpo, sua prática religiosa, sua moradia, sua aparência física, seu caráter e moral, sua riqueza, seus pais, seus filhos, seu cônjuge, seu empregado, suas roupas, suas ações, seu sorriso e sua expressão facial e tudo aquilo que se refere a ele. Não importa se mencionado explicitamente ou implicitamente em palavra ou através de gestos… 

Isso inclui as pessoas que dizem [zombando]: 

“Ó Allah, perdoe a todos nós!”

“Ó Allah, perdoa-nos!”

“Allah nos mantenha a salvo!”

 Tudo isso é calunia”.

“É mencionar algo sobre o seu irmão que ele não gostaria que fosse mencionado”.

Alguém perguntou: “Ó Mensageiro de Allah! Como saberás se o que eu disse sobre ele é verdade?”.

Ele respondeu: “Se o que você disse sobre ele é verdade, então fizeste calunia. Se o que você disse sobre ele é falso, então fizeste intriga”. [Sahih Muslim 2589].

A difamação é uma afirmação falsa de enorme pecado merecedor de punição severa. Allah diz [significado em português]: “E aqueles que molestarem os fiéis e as fiéis imerecidamente, serão culpados de uma falsa imputação e de um evidente pecado”. [Surah Al-Ahzab 33: 58].

Al-Hasan Al-Basri disse: “A calunia possui três manifestações, as quais são discutidas no livro de Allah. São eles: calúnia, fofoca e a difamação. Quanto à calúnia, é dizer algo sobre seu irmão que é verdade sobre ele. Fofoca é dizer algo que você já ouviu falar sobre ele. Difamar é a dizer sobre ele que não é verdade”.

A proibição da calunia

A calunia é proibida no Islam. Este é um ponto de consenso entre todos os Muçulmanos, como mencionado acima por An-Nauaui. Al-Qurtubi diz que é consenso que a calúnia é um pecado grave, devido às graves ameaças de castigo citadas no Alcorão e na Sunnah contra aquele que comete este pecado.

As provas que proíbem a calunia são consideráveis.

Provas no Alcorão

1. Allah diz [significado em português]: “Ó vós que credes, evitai tanto quanto possível a suspeita, porque algumas suspeitas implicam em pecado. Não vos espioneis, nem vos calunieis mutuamente. Quem de vós seria capaz de comer a carne do seu irmão morto? Tal atitude vos causa repulsa! Temei a Allah, porque Ele é Remissório, Misericordiosíssimo”. [Surah Al-Hujjurat 49: 12].

Ibn ‘Abbas comenta sobre esta aya dizendo: “Allah proíbe caluniar um crente mesmo se for uma com algo mínimo, da mesma forma proibiu comer carniça”.
Abu Y’ala comenta a comparação que esta aya faz entre as calúnias e comer carniça dizendo: “Isso enfatiza o quão é proibida a calunia. Comer carne do morto é severamente proibido. É também algo que as pessoas têm uma aversão natural, e as pessoas devem ter repugnância das calúnias da mesma forma que têm em comer esse tipo carne”.


2. Allah diz [significado em português]: “Ó vós que credes, que nenhum povo zombe do outro; é possível que [os escarnecidos] sejam melhores do que eles [os escarnecedores]. Que tampouco nenhuma mulher zombe de outra, porque é possível que esta seja melhor do que aquela. Não vos difameis, nem vos chamem com apelidos [depreciativos] mutuamente. Muito vil é o nome que detona maldade [para ser usado por alguém], depois de Ter recebido a fé!”. [Surah Al-Hujjurat 49: 11].

Os males da calunia parte II



Provas na Sunnah

1. O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] disse: “Seu sangue, sua propriedade e sua honra são sagrados [inviolável] para você, assim como também é este dia, este lugar e este mês”. [Sahih Al-Bukhari 1741 e Sahih Muslim 1679].

Ibn Al-Mundhir faz a seguinte observação: “O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] havia proibido a calunia em seu discurso de despedida aos seus seguidores, ligando a sua proibição à proibição da transgressão contra a vida de outra pessoa ou a propriedade. Então, enfatizou o quanto é proibida declarando a sua proibição ser como da inviolabilidade da terra e do mês sagrado”.

2. O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] disse: “Um dos grandes sinais do fim dos tempos é soltar a língua sem ter direito contra a honra de um muçulmano”. [Sunan Abu Daud 4877].

3. ‘Aishah relata que ela disse ao Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele]: “Vou dizer algo a você sobre a Safiah, ela é baixinha”. Para isso, ele respondeu: “Tu dissestes uma palavra que se pudesse ser misturada com a água do mar, iria contaminá-lo”. [Sunan At-Tirmidhi 2502 e Sunan Abu Daud 4875].

Al-Mubarakfuri, em seu comentário sobre esse hadith, escreve: “Isso significa que se a calúnia fosse algo que pudesse ser misturado com a água do mar, visivelmente a contaminaria apesar da grande quantidade e abundancia de água que o mar contém. Como será então quando ela é misturada com as nossas miseras boas ações?”

4. Uma vez dois companheiros criticaram um homem que tinha sido punido por cometer adultério. O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] estava viajando e ao passar pela carcaça de um burro disse: “Onde estão essas duas pessoas? Abaixe-se e comam da carne do burro!”. Sunan Abu Daud 4428].

Eles disseram: “Ó Profeta de Allah! Quem comeria isto?”.
Ele disse: “Vocês dois recentemente difamaram a honra do seu irmão, o que é muito pior do que comer isso”. 

Algumas palavras dos Predecessores Piedosos [Salaf]

‘Amr b. Al-‘As, enquanto viajava com seus companheiros, passaram por corpo de uma mula apodrecendo e disse: “Juro por Allah, é melhor um de vós comer desta até que encha o estomago do que comer a carne de um muçulmano”.
Ka’b al-Ahbar disse: “Caluniar os outros anula as boas ações de uma pessoa”.

Al-Hasan Al-Basri disse: 

“Juro por Allah, a calunia é mais rápida no consumo da religião de um muçulmano do que uma infecção gangrenosa que consume o corpo humano”.

Sufian b. Uiainah disse: “A calunia é pior do que uma dívida. A dívida pode ser paga, mas a difamação não”.

‘Ali b. Al-Husain vez, ouvi duas pessoas envolvidas na calunia e disse: “Mantenha-se afastado da calúnia, pois é a comida de vira-latas entre as pessoas”.


Razões pelas quais as pessoas entram no pecado de caluniar outros

1.     A fraqueza da fé e a falta de piedade tornam a pessoa descuidada no falar, não medindo as próprias palavras e rebelando-se com as pessoas quando falar.

Quando ‘A’ishah foi acusada de desonestidade, sua co-esposa Zainab bint Jahsh foi questionada a respeito dela. Zainab disse: 

“Ó Mensageiro de Allah! Eu protejo minha audição e minha visão. Eu não sei nada dela, exceto aquilo que é bom”. ‘Aishah depois comentou: “Ela era minha rival dentre as esposas do Mensageiro de Allah [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele]. Que Allah a mantenha no caminho da piedade”. [Sahih Al-Bukhari 2661].

2. Outro motivo para as pessoas cometerem calunia, é devido às amizades que elas mantêm. Para agradar os seus amigos e conhecidos elas cometem inúmeras calunias com as pessoas. Allah nos diz transmitindo as palavras dos habitantes do inferno [significado em português]: “Dialogávamos em vão, com os faladores”. [Surah Al-Mudaththir 74: 45].

3. Outra razão é o ódio, a inimizade e a inveja para com os demais. Ibn Taymiyah diz: “Algumas pessoas são inspiradas pela inveja e cometem calunia, e ao fazer isso, combinam dois traços desprezíveis: A calúnia e a inveja”.

4. Amor ao mundo e à busca de status fazem com que as pessoas caluniem outros. Fudail ib ‘Iiad disse: “Ninguém quer a liderança sem a inveja e a transgressão, procurando defeitos nos demais e odiando ao ouvir alguém mencionar qualquer coisa boa de outra pessoa”

Como nos livrar desta característica desprezível

1.      Podemos nos proteger desse tipo de comportamento com dos demais, aumentando nosso medo do castigo de Allah e através do nosso sentimento de vergonha diante Dele. Isto pode ser obtido através da leitura e reflexão frequente sobre os versículos do Alcorão e nos ahadith de nosso querido Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele], onde falam sobre a punição de Allah, no encorajamento do arrependimento e naqueles que nos advertem sobre as más ações.

Allah diz [significado em português: 

“Pensam, acaso, que não ouvimos os seus segredos e suas confidências? Sim! Porque os Nossos mensageiros [anjos], entre eles registram”. [Surah Az-Zukhruf 43: 80].

O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] disse: 

“Sinta vergonha perante Allah como se estivesse na frente Dele. Assim que cuide sua cabeça e o que contém nela, cuide o seu estômago e que colocaste nele e pense na morte e no retornar ao pó”. [Sunan At-Tirmidhi 2458].

2. Podemos refletir sobre o quanto perdemos toda vez que pronunciamos algumas palavras ruins sobre outra pessoa.

O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] uma vez perguntou aos seus companheiros:

 “Vocês sabem qual é a pessoa que está falida?”. Eles responderam: “A pessoa entre nós que está falida é aquela que não possui nem dinheiro nem provisão”. 

O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] disse:

 “E aquele que está falido dentre os meus seguidores, é o que vem no Dia da Ressurreição com a oração, a caridade e jejum a seu favor. No entanto ele havia insultado, havia golpeado, havia se aproveitado da riqueza dos outro e, devido a isso, suas boas ações serão retiradas dele. Então, as suas boas ações acabarão e os pecados daqueles a quem ele injustiçou serão tomados e colocados em cima dele, logo será lançado no fogo [do Inferno]”. [Sahih Muslim 2581].

3. Um ótimo remédio que pode ajudar a nos livrar deste mau hábito, é o de refletir sobre nossas próprias falhas e tomar os meios para melhorar a nós mesmos. Se nos preocupar-mos com nossas próprias falhas, não encontraremos tempo para nos preocupar-mos com os defeitos dos demais. Devemos temer ao falarmos dos defeitos e erros dos outros, pois Allah poderá nos punir e nos afligir com o mesmo.

Al-Hasan Al-Basri disse: “Costumávamos lembrar uns aos outros sobre o comentar as falhas de um irmão devido a um pecado, e que ele tinha que se arrepender pois seria punido por Allah ao cair no mesmo pecado”.
Abu Hurairah disse: “Um de vocês vê a poeira no olho do seu irmão, mas não consegue ver a sujeira em seu próprio”.

4. Mantendo-se junto das pessoas virtuosas e largando as más companhias nos ajuda evitar a calunia.

O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] disse: “A aparência de um bom companheiro e um mau companheiro é como de uma pessoa que transporta almíscar e outro que trabalha no fole [de uma fornalha]. A pessoa que transporta almíscar pode lhe dar algo dele ou poderás desfrutar do agradável perfume. A pessoa que trabalha no fole pode lhe sujar roupas ou pelo menos fazer você sentir o mau cheiro”. [Sahih Al-Bukhari 2101 e Sahih Muslim 2628 - e essa é a narração de Muslim].

An-Nauaui escreve comentando sobre este hadith: “Nos mostra as virtudes de se manter na companhia dos justos que realizam boas ações e possuem um bom caráter… Ele nos proíbe da companhia de pessoas que praticam más ações e inovações, aqueles que caluniam outros, aqueles que conhecidamente pecadores e ociosos”.

5. A pessoa que possui o hábito de caluniar os outros deve tomar uma decisão firme com ela mesmo para deter isso.

Podemos ver o exemplo de Rasul ibn Wahb que disse: “Fiz um juramento onde a cada vez que eu falasse mal de alguém, jejuaria um dia. Isso só me esgotou as forças, pois gostava de caluniar e jejuar. Então decidi que cada vez ao caluniar alguém, iria gastar uma moeda de prata em caridade. Então, por amor ao dinheiro, me dei por vencido da calúnia”.

Unicidade e Luz
Explicando o Islam de forma clara e simples
unicidadeeluz@hotmail.com.br




segunda-feira, 8 de junho de 2015

Cristofóbicos e homofóbicos, uma guerra assimétrica, nosso ódio velado de cada dia.

A encenação da crucificação de Jesus em plena parada gay causou muito mal estar entre cristão de diversas denominações. Uns consideraram blasfêmia, outro, apenas deboche, mas a maioria entendeu como uma provocação aberta aos cristãos.

Particularmente, não me senti nem um pouco ofendido ao ver uma ativista gay pregada numa cruz. Afinal, Segundo os dogmas cristãos Jesus não morreu somente por héteros. Na cruz, Ele Se identificou com os excluídos, os oprimidos, os marginalizados, e ao fazê-lo, assumiu em Si todos os nossos pecados e mazelas, sejam de que natureza fossem inclusive sexual. Não há dilema humano que não caiba na cruz dentro do contexto cristão principalmente se for feita apenas a releitura do novo pacto ou testamento. Já que o antigo é voltado ao povo das tribos.


O que vi representado naquela cena foi o sofrimento de um segmento que tem sido vítima de “nosso de cada dia mos daí hoje: preconceito, nojo e ódio” Ódio esse que na cultura brasileira é de coração pois amamos com o coração e odiamos com o coração. O que deveria incomodar os cristãos, não é a cena em si, mas aquilo que ela pretende denunciar. E por mais doloroso que seja admitir, temos engrossado o coro de seus algozes. OS discursos inflamados dos púlpitos das comunidades neo-pentecostais, travestidos de piedade cristã, só fazem fomentar ainda mais a intolerância e o desamor.

O que para alguns pareceu um insulto, para mim soou como um pedido de socorro. Se a intenção era apenas provocar, eles conseguiram. Provocaram o que já estava latente no povo de cristo, o ódio inconfessável ou a compaixão.

Sobre a cabeça do ativista crucificado uma placa que dizia "Basta de homofobia". Se isso não for um pedido de socorro, não sei o que é.

Próximo dali, um grupo de cristãos conscientes exibiam uma faixa que dizia "Jesus cura a homofobia". Nem tudo está perdido. No meio desta loucura que se instalou em vários lugares do Brasil, ainda restam alguns oásis de lucidez e misericórdia. Pena que seja uma minoria. E tomara que se torne uma minoria bem barulhenta.
A maioria está tão obcecada com a ideia de curá-los daquilo que reprovam como conduta, que não percebe o quão doente está.
Obviamente que políticos evangélicos que têm sido eleitos em cima desta guerra idiota vão aproveitar ao máximo o episódio para se auto-promoverem. Quanto mais animosidade entre cristãos e gays, melhor para eles. Só não vê quem não quer.


E Jesus, será que Se ofendeu? Ora, se Ele foi capaz de rogar perdão por aqueles que o crucificavam pra valer, duvido muito que não tenha relevado o que não passou de uma representação artística. Não creio num Jesus ranzinza, insensível e incapaz de compreender muitas “idiossincrasias” e incongruências. Creio que do alto céu, Ele olhou com misericórdia aquelas milhões de pessoas que desfilavam na Avenida Paulista como ovelhas que não têm pastor.
Quem sabe encontrou mais sinceridade em cima daquele trio-elétrico do que em cima de púlpitos e dentro de muitas igrejas ou outros que desfilaram dois dias antes na Marcha para Jesus, regada a bebidas inebriantes e outras coisitas. Assim como encontrou mais fé num centurião romano idólatra do que nos religiosos escrupulosos que o seguiam. Imagino o quão ofendidos ficaram ao ouvirem dos lábios de Jesus: Nunca encontrei tamanha fé, nem mesmo em Israel. Em nosso caso, talvez o que sobre de fé esteja faltando de amor.
Que tal se em vez de ficar colocando lenha na fogueira da luta fraticida da nova e nada santa inquisição, não alimentamos o que ainda nos restou da chama do amor ?









Violência em nome de Buda II

Quando a maioria dos ocidentais pensa em budismo, o que vem à mente são homens barrigudos, sorridentes e com frases inspiradoras de paz e elevação espeirtual, mas na pratica será ? 


O budismo baseia-se na não violência, mas este alicerce espiritual não está a ser suficiente para impedir alguns budistas de se tornarem violentos. Nem agora nem no passado. Os sinistros Khmers vermelhos surgiram num ambiente budista. O seu chefe, Pol Pot, chegou a ser monge budista na juventude.
















E não é a primeira vez que monges birmaneses avalizam a violência como tática legítima. Estiveram na vanguarda da luta contra a colonização britânica e alguns voltaram o punhal contra os europeus em Rangum, para lutar pela independência.

Também no Sri Lanka, as relações entre violência e budismo fazem parte da história.

O radicalismo entre os budistas, especialmente aqueles que são minoritários em países de maioria muçulmana, é um tema recorrente em reuniões religiosas e intervenções na Internet.

Mianmar, ex Birmânia, um país com maioria budista 90 % da população, e governo budista de extrema intolerância religiosa. Os 500 mil monges budistas de Mianmar se dedicam a expulsar do país o grupo étnico Rohingya, praticante do islamismo, “devolvendo-os” a Bangladesh, que seria seu lugar de origem. A campanha de expulsão, que está dando resultados, é lastreada por uma gama de desumanidades que vai dos castigos físicos a leis que controlam a natalidade dos muçulmanos e lhes vetam os serviços públicos.

Refiro-me, pois, à violência budista, algo impensável para a maioria dos budistas espalhados pelo mundo e para milhões de não budistas que têm uma noção de tranquilidade e elevação espiritual quando pensam nessa religião, a quinta maior da humanidade, 380 milhões de adeptos. Surgiu meio milênio antes de Cristo, com as reflexões de um nepalês chamado Sidarta Gautama, um avatar, um homem transcendente. Seus ensinamentos essenciais são focados nos caminhos para a plena realização da natureza humana, para a eliminação do sofrimento, que é causado pelo desejo. Os caminhos da paz interior, da não violência, de uma relação sacralizada com o próximo e com o mundo.

Sidarta, também chamado Buda (Iluminado em sânscrito), fundou uma religião sem Deus, sem Deuses. A divindade está na relação do humano com a natureza material e imaterial. É a única grande religião sem Deus, não-teísta. A esse diferencial, soma-se outro: o nome Buda não se refere apenas a Sidarta, mas sim ao conjunto de todos os iluminados, dos seres com inteligência e sensibilidade superiores à normalidade humana que ajudam seus semelhantes a dialogar com os grandes mistérios da existência.

Abaixo vilas e mesquitas sendo queimadas.




Sabemos que todas as grandes religiões protagonizaram guerras e matanças ao longo da História, inclusive o budismo em antigos conflitos no Japão. Mas na Idade Moderna do Ocidente (ou seja, a partir de 1500) sua imagem para a humanidade é a da busca da paz, um entendimento respaldado pela aproximação das percepções de Sidarta às tradições filosóficas chineses da meditação zen e do pacifismo tao. Os monges de Mianmar desmentem isso e, chafurdando na intolerância e na brutalidade, nos chocam e entristecem.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Empoderamento da mulher no islam parte III

 O Islam colocou homem e mulher em pé de igualdade

A ideia de ummah (comunidade muçulmana) como um espaço compartilhado entre homens e mulheres. Para isso utilizamos a metodologia de releitura das escrituras do islam por meio das praticas de ijtihad (livre interpretação das fontes religiosas) e da formulação analítico discursiva de busca pela justiça e pela emancipação das mulheres, que seriam expostas nas releituras dos textos sagrados numa perspectiva feminista. A espinha dorsal dessa metodologia é a pratica do tafsir (comentários sobre o Al quran). Além do Al quran são objetos de releituras os ahadith (ditos e ações de Muhammad Saas) e ofiqh (jurisprudência islâmica)



 “Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea Sabei que o mais honrado, dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado. ” (Alcorão Sagrado 49:13)“ A quem praticar o bem, seja homem ou mulher, e for fiel, concederemos uma vida agradável e premiaremos com uma recompensa, de acordo com a melhor das ações.” (Alcorão Sagrado 16:97)

“Aqueles que praticarem o bem, sejam homens ou mulheres, e forem fiéis, entrarão no Paraíso e não serão defraudados, no mínimo que seja.” (Alcorão Sagrado 4:124)
“Entrai no jardim (Paraíso), vós e vossas esposas e alegrai-vos.” (Alcorão Sagrado 43:70)
“Jamais desmerecerei a obra de qualquer um de vós, seja homem ou mulher, porque procedeis uns dos outros.” (Alcorão Sagrado 3:195)
O Islam ordenou que a mulher recebesse uma parte da herança de sua família:
 “Aos filhos varões corresponde uma parte do que tenham deixado os seus pais e parentes. Às mulheres também corresponde uma parte do que tenham deixado os pais e parentes, quer seja exígua ou vasta, uma quantia obrigatória.” (Alcorão Sagrado 4:7)
O Islam permitiu e incentivou o estudo da mulher:
Disse o profeta Muhammad: “A procura do conhecimento é um dever para todos os muçulmanos (homens e mulheres).”
A esposa do profeta Muhammad, Aisha, era extremamente conhecedora da astronomia e da poesia, dominava a gramática árabe e tinha conhecimento absoluto de toda as leis, éticas e deveres da religião Islâmica.
O Islam concedeu a mulher o direito de votar:
“Ó Profeta, quando as fiéis se apresentarem a ti, jurando-te fidelidade, afirmando-te que não atribuirão parceiros a Deus, não roubarão, não fornicarão, não serão filicidas, não se apresentarão com calúnias que forjarem intencionalmente, nem te desobedecerão em causa justa, aceita, então, o seu compromisso e implora, para elas, o perdão de Deus, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.” (Alcorão Sagrado 60:12)
Em qualquer assunto público, uma mulher pode expor sua opinião e pode participar ativamente na política. Um exemplo, narrada no Alcorão, é que Muhammad é ordenado a que quando as fiéis se apresentarem a ele e jurarem sua aliança com o Islam, ele deve aceitar o seu juramento. Isso estabeleceu o direito das mulheres de escolher os seus líderes e declarar isto publicamente.
Umar ibn Al Khattab, segundo Califa do Islam, no leito de morte, formou uma comissão de pessoas, que entre si, deveriam escolher o próximo Califa. As pessoas foram: Ali ibn Abi Talib, Uthman ibn Affan, Abdur Rahman bin Awf, Sa ‘d ibn Abi Waqqas, Al-Zubayr e Talhah ibn Ubayd-Allah.
Antes de Uthman Ibn Affan, ocupar a posição de Califa, muitas mulheres foram consultadas por Abdur-Rahman Ibn Auf para que estas pudessem votar dentre os outros 5 nomes elegidos por Umar. Foi constatado que a opinião da maioria era que Uthman deveria ser eleito. Logo, Uthman foi nomeado como o terceiro Califa do Islam em 11 de novembro de 644 d.C.
O Islam concedeu o direito da mulher se divorciar:
Apesar de, no Islam, o casamento não ser uma relação temporária, sendo considerado para durar toda a vida, a sua dissolução será inevitável se ele falhar ao servir os seus propósitos. É nessa altura que surge o divórcio. Devemos esclarecer que, no Islam, o divórcio é o último recurso quando todos os esforços conciliatórios falharem.
O Islam não confina o direito ao divórcio só ao homem ou à mulher, se a mulher não se sente segura, ou feliz com o seu marido, ou se este é cruel para ela, ou se tornou impossível viver a o seu lado, ela tem o direito de procurar o divórcio através de um Tribunal Muçulmano, sendo tal tipo de divórcio denominado de “Khul’ah”. Em qualquer dos casos, mesmo que o divórcio seja concedido, ela deve ser tratada amistosamente. O Alcorão diz:
“O divórcio revogável só poderá ser efetuado duas vezes. Depois, tereis de conservá-las convosco dignamente ou separar-vos com benevolência. Está-vos vedado tirar-lhes algo de tudo quanto lhes haveis dotado.” (Alcorão Sagrado 2:229)
No Brasil, antes do advento da Lei do Divórcio, em 1976, o casamento era indissolúvel. O padre dizia “até que a morte os separe” e todo o mundo tinha de obedecer, por inexistência de outra opção. Mesmo assim, é claro que muitos dos casamentos infelizes terminavam, se não na lei, que ainda não admitia a dissolução do vínculo matrimonial, pelo menos de fato. Cada um ia para o seu lado, pondo fim à união. Havia, é verdade, o desquite, que permitia ao casal viver separado, mas impedia novo casamento civil. Novamente vemos o Islam sendo pioneiro nos direitos das mulheres.
O Islam deu a mulher o direito de escolher seu marido:
O tema é polêmico e poucas pessoas estão interadas dessa regra Islâmica que é uma das condições para que um casamento seja válido.
De acordo com a Lei Islâmica, a mulher não pode ser forçada a casar sem o seu consentimento, não é legal que um tutor force uma moça adulta a casar-se. Ninguém, nem mesmo o pai, ou o soberano, pode, legalmente, casar uma mulher adulta sem a permissão desta, seja ela virgem, ou divorciada. Uma das condições para o casamento dentro do Islam seja válido, é a aceitação por parte da noiva, caso esta se negue a casar com o rapaz em questão, o casamento não poderá ser consumado.
Ibn ’Abbas narrou que uma jovem dirigiu-se ao Profeta Muhammad e relatou que o seu pai a tinha forçado a casar se sem o seu consentimento. O Profeta deu-lhe a opção de aceitar o casamento, ou invalidá-lo.
Muhammad também disse:
“Não se case com uma viúva sem o seu consentimento, nem com uma virgem sem sua permissão.”
As regras para a vida matrimonial no Islam são bem claras e estão em total harmonia com a natureza humana, em consideração a constituição fisiológica e psicológica do homem e da mulher, ambos têm direitos iguais e deveres mútuos, exceto em uma responsabilidade, a da liderança, é uma questão natural em qualquer vida coletiva, e é consistente com a natureza do homem, Deus o Altíssimo diz no Alcorão:
“E elas (as mulheres) têm direitos sobre eles, como eles os têm sobre elas, condignamente; mas os maridos conservam um grau (de primazia) sobre elas.’’ (Alcorão Sagrado 2:228)
Tal grau é “Qiwamah” (a manutenção e a proteção), isto se refere à diferença natural entre os sexos, que sujeita o sexo fraco à proteção. Tal não implica qualquer tipo de superioridade, ou de vantagem, perante a lei. Todavia, o papel masculino de chefe em relação à sua família, não significa a prepotência do marido sobre a sua esposa.
O Islam garantiu a mulher o direito de pedir um homem em casamento:
A primeira esposa do profeta Muhammad, Khadija, provinha de uma rica família e fazia parte da elite da época. Ainda idosa, muitos homens se ofereceram em casamento, porém, ela recusou todos os convites. Até que conheceu o profeta Muhammad e ficou encantada por seu caráter impecável. Formulou um plano para pedir a mão do jovem rapaz, e mandou uma amiga como mediadora. Muhammad aceitou e ambos se casaram. A história de Muhammad e Khadija é um dos mais belas narrativas do Islam, repleta de amor, carinho, compreensão e companheirismo. Mesmo após sua morte, o profeta nutria por ela um sentimento muito forte e se lembrava dela todos os dias. Mandava presentes às suas amigas constantemente e podia reconhecer quando sua irmã batia a porta, pois, Khadija o fazia da mesma forma. Sobre ela, Muhammad disse:
“Ela acreditou em mim quando ninguém mais o fez, ela abraçou o Islam, quando as pessoas me desacreditaram e ela me ajudou e me confortou quando não havia ninguém para me emprestar uma mão amiga.”
O Islam garantiu o direito de a mulher preservar o nome de sua família:
A prática data de uma época em que a mulher estava restrita à vida doméstica. Sem direito de participar sequer das decisões familiares, a única posição social que ela poderia ter era ser filha ou esposa de Fulano. Tal obrigação legal/moral advém da origem patriarcal da família, em que a mulher sempre submissa ao homem, ao contrair casamento, deveria adotar o patronímico do marido, pois o conceito era que a mulher deixaria de fazer parte da sua família para pertencer à família de seu marido como se fosse um bem. Pelo antigo Código Civil datado de 1916, a mulher ao se casar passava a adotar o sobrenome do marido, tendo que conseqüentemente providenciar uma série de documentos novos, carteira de identidade, CPF, título de eleitor, carteira de motorista, etc. Somente com o advento da Lei n° 10.406/2002 que alterou o Código Civil, em vigor desde 11 de janeiro de 2003, consagrou-se a igualdade entre os cônjuges, esclarecendo de uma vez a não obrigatoriedade da mulher adotar o sobrenome do marido, podendo manter seu sobrenome de solteira, valendo-se o homem do mesmo direito.
O Islam exortou o bom tratamento para com as mulheres:
“Harmonizai-vos entre elas, pois se as menosprezardes, podereis estar depreciando seres que Deus dotou de muitas virtudes.” (Alcorão Sagrado 4:19)
“Elas são vossas vestimentas e vós o sois delas.” (Alcorão Sagrado 2:187)
“Entre os Seus sinais está o de haver-vos criado companheiras da vossa mesma espécie, para que com elas convivais; e colocou amor e piedade entre vós. Por certo que nisto há sinais para os sensatos.” (Alcorão Sagrado 30:21)
O profeta Muhammad disse: “Que nenhum crente guarde rancor de uma crente (esposa), pois, se algo do caráter dela o aborrecer, será comprazido no resto do mesmo.”
“O crente mais íntegro é aquele que demonstra melhor caráter e tem melhor moralidade. E o melhor dentre vós é aquele que melhor trata a sua mulher.”
“Deus ordena-nos que tratemos as mulheres de uma forma nobre, pois, elas são nossas mães, filhas e tias.”
O Islam concedeu a mãe um status jamais concedido em outros povos:
“O decreto de teu Senhor é que não adoreis senão a Ele; que sejais indulgentes com vossos pais, mesmo que a velhice alcance um deles ou ambos, em vossa companhia; não os reproveis, nem os rejeiteis; outrossim, dirigi-lhes palavras honrosas. E estende sobre eles a asa da humildade, e dize: Ó Senhor meu, tem misericórdia de ambos, como eles tiveram misericórdia de mim, criando-me desde pequenino!” (Alcorão Sagrado 17:23-24)
“Adorai a Deus e não Lhe atribuais parceiros. Tratai com benevolência vossos pais e parentes, os órfãos, os necessitados, o vizinho próximo, o vizinho estranho, o companheiro, o viajante e os vossos servos, porque Deus não estima arrogante e jactancioso algum.” (Alcorão Sagrado 4:36)
“E recomendamos ao homem benevolência para com os seus pais. Sua mãe o suporta, entre dores e dores, e sua desmama é aos dois anos. (E lhe dizemos): Agradece a Mim e aos teus pais, porque retorno será a Mim.” (Alcorão Sagrado 31:14)
Certo homem dirigiu-se ao Profeta perguntando: “Ó Mensageiro de Deus! Quem é a melhor pessoa a quem devo oferecer minha amizade?” Ele respondeu: ‘A tua mãe’. O homem perguntou novamente: “Quem mais?” Muhammad disse: ‘Tua mãe’, o homem perguntou novamente, e Muhammad disse: ‘Tua mãe’. Só então o Profeta Muhammad disse: ‘O teu pai’.
Ainda existe o famoso dito do Profeta Muhammad:
“O Paraíso encontra-se aos pés das mães”.
O Islam baniu a bárbare tradição árabe de enterrar meninas:
O profeta Muhammad disse:
“Um homem que tem uma filha e não a despreza, não a enterra viva, nem prefere o seu filho em detrimento da sua filha, Deus admiti-lo-á no Céu.”
“A minha filha é a minha carne, qualquer problema com ela causará a minha dor.”
“Quando as almas forem reunidas, quando a filha, sepultada vida, for interrogada: Por que delito foste assassinada?” (Alcorão Sagrado 81:7-9)
“Quando a algum deles é anunciado o nascimento de uma filha, o seu semblante se entristece e fica angustiado. Oculta-se do seu povo, pela má notícia que lhe foi anunciada: deixá-la-á viver, envergonhado, ou a enterrará viva? Quem péssimo é o que julgam!” (Alcorão Sagrado 16:58-59)
O Islam informou que Eva não é a causa da queda da humanidade:
O Alcorão, ao contrário da Bíblia, coloca a culpa igualmente em Adão e Eva pelo erro de ambos. Não há no Alcorão a mais leve sugestão de que Eva tentou Adão, ou mesmo que ela tenha comido do fruto antes dele. Eva, no Alcorão, não é insinuante, sedutora ou vencida. Além do mais, nenhuma mulher pode ser culpada pelo erro de Adão e Eva e castigada com dores do parto e até mesmo das menstruações. Deus, de acordo com o Alcorão, não pune ninguém pelas faltas do outro. Ambos, Adão e Eva, cometeram um pecado e então pediram a Deus o perdão, e Ele os perdoou. Podemos ler o seguinte no Alcorão:

“Determinamos: Ó Adão, habita o Paraíso com a tua esposa e desfrutai dele com a prodigalidade que vos aprouver; porém, não vos aproximeis desta árvore, porque vos contareis entre os iníquos. Todavia, Satã os seduziu, fazendo com que saíssem do estado (de felicidade) em que se encontravam.” (Alcorão Sagrado 2:35-36)

“Então, seu Senhor os admoestou: Não vos havia vedado esta árvore e não vos havia dito que Satanás era vosso inimigo declarado?
Disseram: Ó Senhor nosso, nós mesmos nos condenamos e, se não nos perdoares a Te apiedares de nós, seremos desventurados!” (Alcorão Sagrado 7:22-23)
“Então, Satã lhe cochichou, para revelar-lhes o que, até então, lhes havia sido ocultado das suas vergonhas, dizendo-lhes: Vosso Senhor vos proibiu esta árvore para que não vos convertêsseis em dois anjos ou não estivésseis entre os imortais. E ele lhes jurou: Sou para vós um fiel conselheiro. E, com enganos, seduziu-os. Mas quando colheram o fruto da árvore, manifestaram-se-lhes as vergonhas e começaram a cobrir-se com folhas, das plantas do Paraíso. Então, seu Senhor os admoestou: Não vos havia vedado esta árvore e não vos havia dito que Satanás era vosso inimigo declarado?
Disseram: Ó Senhor nosso, nós mesmos nos condenamos e, se não nos perdoares a Te apiedares de nós, seremos desventurados!” (Alcorão Sagrado 7:20-23)
O Islam deu a mulher o direito de controlar seus negócios e o de contratar:
O Islam garante à mulher direitos iguais para contratar, para assumir empreendimentos, para ter ganhos e posses independentemente. A primeira esposa do profeta Muhammad, Khadija era extremamente bem sucedida em seus negócios, sendo ela mesma, administradora de seu dinheiro.Vale lembrar que tudo que a mulher ganha trabalhando, ela quem decide como irá gastá-lo. O dever de sustentar a casa e os filhos cabe ao marido, mas é de muito bom grado, que caso haja necessidade, ela ajude na manutenção da casa com sua renda.

E você aí ainda acha que o Islam é atrasado em relação as mulheres ou será o Islam pioneiro no direito das mesmas? Analise o conteúdo exposto, e faça uma pesquisa sobre quando as mulheres ocidentais alcançaram tais direitos que foram concedidos às muçulmanas há 1400 anos.