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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Empoderamento da mulher no islam parte I

Normas sociais, normas religiosas

A categoria GÊNERO inclui especialmente duas dimensões interligadas. A primeira afirma que a realidade biológica do ser humano não é suficiente para explicar o comportamento diferenciado do masculino e do feminino em sociedade.

Por isso o conceito gênero é introduzido para afirmar algo mais amplo que o sexo. O GÊNERO é um “produto social aprendido, representado, institucionalizado e transmitido de geração em geração”. Num sentido preciso, torna-se homem ou mulher depende de certas construções culturais e sociais.
O segundo aspecto está ligado à noção de poder. Contata-se que o poder é distribuído de modo desigual entre os sexos: as mulheres ocupam em geral posições subalternas na organização mais ampla da vida social e também na organização das religiões no Ocidente.

Então falar de gênero é falar das relações sócias de poder. O poder tem haver com o saber, com o controle da linguagem e com o corpo, mas é imperioso que se analise o poder também como relação numa cultura religiosa. As Cartas Pastorais, por exemplo, expressa o controle do corpo da mulher deliberado por um grupo de homens que controlam o poder. Se a essência humana baseia-se na liberdade em relação à dependência das vontades de outros, as escrituras vislumbram traçar um perfil onde as mulheres parecem não possuir esta “essência”.

Ao pensarmos a opressão das mulheres, temos que ter claro que elas não são somente uma consequência do controle dos homens sobre elas, ainda que isto seja um eixo. As mulheres também são privadas de controle e poder, não por nenhum homem em particular ou grupo de homens, mas sim por toda a estrutura da sociedade (salários menores, dupla jornada de trabalho, o efeito da socialização sobre as meninas e as mulheres: a relativa falta de poder na política  tradicional). Não podemos desconsiderar os estereótipos mentais que todos os homens e mulheres trazem dentro de si: somos, e agimos como tal, não apenas porque temos consciência de nossa existência, simplesmente, como se a nossa personalidade fosse uma conquista nossa. Somos o que somos porque um “outro”, fora de nós, diz o que somos: se agimos como homens ou mulheres são graças, também, à permissividade de um grupo social, que preestabelecem os nossos papéis e nosso perfil como pessoas. A isso, a ciência denomina a alteridade: eu = eu + outro. 


 “E entre Seus Sinais está o de haver-vos criado companheiras de vossa mesma espécie para que com elas convivais, e colocado amor e misericórdia entre vós. Verdadeiramente, nisto há sinais para aqueles que refletem”.
- Alcorão, Surata 30:21

Nos dias de hoje as pessoas pensam que as mulheres são livres no Ocidente e que o movimento pela libertação das mulheres começou no século 20. Na realidade, o movimento para a igualdade entre os gêneros não foi iniciado pelas mulheres, mas foi revelado por Allah (SWT) ao Profeta Muhammad (saas) no sétimo século depois de Jesus Cristo (as). No Islam, os direitos e responsabilidades de uma mulher são iguais àqueles dos homens, mas não são necessariamente idênticos a eles. Igualdade e mesmice são dois conceitos muito diferentes e nós, como um gênero único, jamais devemos ignorar tal diferença. Pois mulheres e homens são fisicamente muito diferentes um do outro, embora eles sejam iguais um ao outro em relação às suas qualidades inerentes. O Alcorão estabelece:

"Pela criação do masculino e do feminino; verdadeiramente seus esforços são diferentes (quanto Às metas a atingir)”.

- Surata 92:3-4

Nesses versos, é declarado que os homens e as mulheres foram criados de forma diferente, com papéis, funções e habilidades únicas. Como na sociedade, onde há uma divisão de trabalho, a mesma coisa ocorre em uma família; cada membro tem diferentes responsabilidades.

No Ocidente, as mulheres podem fazer o mesmo trabalho que os homens, mas seus salários são muitas vezes menores. Os direitos das mulheres ocidentais não foram criados voluntariamente, ou saídos da bondade para com as mulheres. As mulheres ocidentais alcançaram sua presente posição pela força, e não através do progresso natural ou consenso mútuo acerca dos Ensinamentos Divinos. Elas tiveram que forçar esse caminho, e várias circunstâncias as auxiliaram: deficiência de poder masculino durante as guerras, pressão das necessidades econômicas e requerimento da industrialização forçaram as mulheres a deixarem suas casas para trabalhar lutando por seu sustento, para parecerem iguais aos homens. Se todas as mulheres estão sinceramente satisfeitas com essas circunstâncias e se elas estão felizes e satisfeitas com os resultados é um assunto diferente. Mas permanece o fato de que quaisquer direitos que as mulheres ocidentais possam ter são deficientes em relação aos daqueles de sua contraparte Muçulmana. O Islam tem dado às mulheres completa proteção e segurança contra a se tornar o que as próprias "feministas" ocidentais se queixam: um "mero objeto sexual".

Há muitos mitos que o mundo Ocidental sustenta e muitas vezes perpetua a respeito do papel da mulher no Islam. O Alcorão é realmente o primeiro documento feminista, detalhando especificamente que as mulheres têm direitos de fato, que elas não são propriedades ou escravas e que é obrigação dos homens respeitá-las e sempre levar em consideração seus sentimentos. Antes do Alcorão nunca houve um único documento que tinha verificado que as mulheres tinham méritos individuais delas e nelas próprias - independentes dos homens - e similarmente advertido os homens a reconhecerem seus direitos inerentes. O reconhecimento desse fato por si só fica em total contradição a muitos dos mitos ocidentais acerca do Islam e sua visão das mulheres.

Num casamento Islâmico o homem é obrigado a vestir, alimentar, abrigar e educar sua esposa (ou permitir a ela ser educada) da mesma maneira que ele faz para si. A religião Muçulmana reconhece a plenitude dos direitos da mulher sobre sua propriedade antes e depois do casamento. Uma mulher casada pode manter seu nome de solteira. Uma segurança financeira maior é garantida para as mulheres. Elas são chamadas a receber presentes maritais, manterem propriedades presentes e futuras e rendas para sua própria segurança. 
Nenhuma mulher casada é obrigada a gastar um centavo de sua propriedade e sua renda para o sustento da casa. A ela é dado o direito de completo suporte financeiro durante o casamento e durante o período de espera em caso de divórcio. A ela também é dado o direito de sustento para sua criança. Geralmente, à mulher Muçulmana é garantido suporte em todos os estágios da vida, como filha, esposa, mãe ou irmã. 

Essas vantagens adicionais das mulheres sobre os homens são de certa forma balanceadas pelas leis de herança que permitem aos homens, na maioria dos casos, herdarem duas vezes mais que as mulheres. Isso significa que o homem herda mais, mas é responsável financeiramente por outras mulheres: filhas, esposas, mãe e irmãs, enquanto a mulher (i.e., a esposa) herda menos, mas pode manter tudo para investimentos e segurança financeira sem qualquer obrigação legal de gastar qualquer parte disso mesmo que seja para seu próprio sustento (comida, vestimenta, moradia, etc.). Similarmente, o Alcorão definitivamente terminou com a cruel prática pré-islâmica de infanticídio feminino. Ele também reprovou as atitudes de pesar entre os pais quando ouvidas as notícias do nascimento de uma menina ao invés de um menino.

Desde o apogeu do movimento feminista no final dos anos 70 tem havido a colocação de uma lupa sobre o status da mulher Muçulmana. Infelizmente, a lente de aumento usada tem sido inútil. Inútil no sentido de que ela é muito seletiva a respeito dos itens que amplia, os quais são distorcidos a tal ponto que não mais podem parecer familiares.

Olhando rapidamente a história do Islam, não se pode fazer nada além de perceber as profundas impressões feitas por mulheres crentes que confortaram, confiaram e suportaram pobreza e miséria, foram enfermeiras e mesmo lutaram em batalhas ao lado de seus homens. Mulheres que voluntariamente guardaram seus atrativos por causa do Comando de Allah (SWT) e batalharam para mostrar o Islam a todas as nações. Mulheres que não foram demasiadamente influenciadas pelo engodo do mundo material e que se sobrepujaram dentro das obrigações Islâmicas espiritualmente orientadas para as mulheres.

Hoje em dia ainda há aqueles que se pergunta que tipo de mulher voluntariamente aderiria a tal religião “opressiva”. O que eles não reconhecem é que sua percepção acerca do Din do Islam tem sido moldada pelo segmento político da sociedade ocidental que busca demolir qualquer cultura não branca que não se permita ser assimilada dentro das perversões culturais ocidentais.
Se você der uma olhada em muitas sociedades de hoje em dia, verá que uma mulher somente é valorizada e considerada importante se ela performa as funções de um homem (enquanto mostra seus atrativos físicos em público). Enquanto tais mulheres arcam com a imensa responsabilidade de gerar e educar crianças, elas ainda podem arcar com responsabilidades adicionais, em quase todas as áreas da vida, que têm tradicionalmente caído sobre os homens. O resultado é a presente confusão concernente ao papel da diferenciação sexual, resultando em um grande número de divórcios e crianças emocionalmente abaladas.

No Alcorão, no primeiro verso do capítulo intitulado “As Mulheres”, Allah (SWT) diz:

“Oh humanos, temei a vosso Senhor que vos criou de um só ser, do qual criou sua companheira e, de ambos, fez descender inúmeros homens e mulheres. Temei a Allah, em Nome do Qual exigis os vossos direitos mútuos, e reverenciai os ventres que os geraram, pois Allah é vosso Observador”.
- Surata 4:1

Desde que homens e mulheres vieram ambos da mesma essência, eles são iguais em sua humanidade. As mulheres não são más por natureza (como algumas religiões tendem a acreditar), ou então os homens também seriam maus. Similarmente, nenhum gênero pode ser superior porque isso seria uma contradição da igualdade.

O Islam considera a mulher como igual ao homem como um ser humano e sua parceira nesta vida. As mulheres têm sido criadas com uma alma da mesma natureza da dos homens. Allah (SWT) diz no Alcorão:

“Oh humanos, temei a vosso Senhor que vos criou de um só ser (Adão), do qual (Adão) criou sua companheira (Eva) e de ambos fez descender inúmeros homens e mulheres. Temei a Allah em Nome do Qual exigis vossos direitos mútuos, e reverenciai os ventres que os geraram (i.e., não corteis as relações de parentesco), pois Allah é vosso Atento Observador”.
- Surata 4:1

O Profeta Muhammad (saas) estabeleceu que os homens e as mulheres eram as duas metades de um mesmo todo:

“Certamente, as mulheres são as metades-gêmeas dos homens” (narrada por Abu-Dawud (ra)).

“Verdadeiramente, Nós temos criado o ser humano de gotas de sêmen misturado (Nutfah, descarga de homem e mulher) para prová-lo, e o dotamos de ouvidos e vistas”.
- Surata 76:2

O Islam não culpa somente Eva pelo primeiro pecado. O Alcorão deixa bem claro que ambos, macho e fêmea foram tentados, que ambos pecaram e que ambos foram perdoados após seu arrependimento. Allah (SWT) diz no Alcorão:

“Então Shaitân lhes cochichou, para revelar-lhes o que, até então, lhes havia sido ocultado de suas partes privadas, dizendo-lhes: 

‘ Vosso Senhor vos proibiu esta árvore para que não vos convertêsseis em dois anjos ou não estivessem entre os imortais’.

 E lhes jurou por Allah: ‘Verdadeiramente, sou para vós um fiel conselheiro’. E com enganos, seduziu-os. Então quando eles experimentaram da Árvore, manifestaram-se as suas vergonhas e começaram a cobrir-se com as folhas das plantas do Paraíso.

 Então seu Senhor os admoestou: ‘Não vos havia vedado esta Árvore e vos dito que Shaitân era vosso inimigo declarado?’ 

Eles disseram: ‘ Oh Senhor Nosso! Nós mesmos nos condenamos e, se não nos perdoares e Te apiedares de nós, certamente seremos desventurados! ‘ 

Allah disse: ‘ Descei! Sereis inimigos uns dos outros e tereis, na Terra, residência e gozo transitórios.’. Os disse ainda:’ nela vivereis e morrereis, e nela sereis ressuscitados”.
- Surata 7:20-5

Direitos Civis

No Islam, uma mulher tem a liberdade básica de escolha e decisão baseada no reconhecimento de sua personalidade individual. As mulheres são encorajadas no Islam a contribuírem com suas opiniões e ideias. Há muitas tradições do Profeta (saas) que indicam que as mulheres punham suas questões diretamente a ele e ofereciam suas opiniões concernentes à religião, assuntos sociais e econômicos. Adicionalmente, o testemunho de uma mulher Muçulmana é válido em disputas legais. De fato, em áreas nas quais as mulheres estão mais familiarizadas, sua evidência é considerada conclusiva.


Lubna de Córdoba
Um direito dado às mulheres Muçulmanas por Allah (SWT) 1400 anos atrás é o direito de voto. Em qualquer assunto público, uma mulher pode dar voz à sua opinião e participar na política. Um exemplo, narrado no Alcorão (60:12), é que o Profeta Muhammad (saas) devia aceitar o juramento de mulheres crentes quando as mesmas iam a ele e juravam seu compromisso com o Islam. Isso estabeleceu o direito das mulheres escolherem seus líderes e publicamente o declararem. Finalmente, o Islam não proibiu uma mulher de manter posições importantes no governo. Abdur-Rahman Ibn Auf (ra) consultou muitas mulheres antes dele recomendar Uthman Ibn Affan (ra) para ser o Califa.

Na Lei Islâmica uma mulher é um indivíduo independente e único em seu próprio direito. Ela tem as mesmas responsabilidades em relação a ela, em relação a Allah (SWT) e em relação a outros seres humanos como o homem, e será punida ou recompensada sem discriminação em relação ao seu gênero feminino.

“Não há compulsão em relação à religião. Certamente, o Caminho Correto tem se tornado distinto do caminho errado. Quem desacreditar no Taghut (qualquer coisa adorada que não Allah) ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo. E Allah é Oniouvinte, Sapientíssimo”.
- Surata 2:256

Uma mulher Muçulmana não muda seu nome de família (sobrenome) para o do marido após o casamento. Em se escolhendo um parceiro para casamento, seu consentimento para aceitar ou rejeitar qualquer pretendente deve ser respeitado. Uma mulher Muçulmana tem o direito de pedir divórcio, se necessário dentro das Leis do Islam, se ela for maltratada..

No Din do Islam, o melhor esposo é aquele que a agracia com verdadeira companhia, que não faz mal uso de sua autoridade e força. Mesmo se o comportamento da esposa se tornar complicado a ponto da convivência do casal se tornar difícil (pois ela pode nem sempre ter uma saúde forte e uma boa disposição), ao esposo é requerido ser paciente e amável com ela. Allah (SWT) diz:

“Oh vós que acreditais! Vós sois proibidos de herdar as mulheres contra a vontade delas, de atormentá-las, a fim de vos apoderardes de uma parte do Mahr (dote dado pelo esposo à esposa na época do casamento), a menos que elas tenham comprovadamente cometido intercurso sexual ilegal. E harmonizai-vos com elas, pois se as menosprezardes, podereis estar depreciando seres que Allah dotou de muitas virtudes”.
- Surata 4:19

O Profeta Muhammad (saas) disse: " Entre os Muçulmanos, o mais perfeito em relação a sua fé é aquele cujo caráter é mais excelente, e os melhores entre tais são aqueles que tratam bem suas esposas." (Relatada por At-Tirmidhi)

E também disse: “Não batam nas servas de Allah (SWT)”. (Relatada por Abu Dawud)

Da mesma forma, no Islam os homens são comandados a ser pais responsáveis e a cuidarem de tudo para seus filhos:

“... mas o pai da criança deverá arcar com os custos da alimentação e vestimenta da mãe equitativamente. Ninguém deverá ter uma carga sobre si além de seus limites”. (Qur'an Surata 2:233)

As Condições da Mulher na Arábia antes do Islam

Na era pré-islâmica da Arábia as mulheres eram tratadas como escravas ou propriedade. Seu consentimento pessoal em relação a qualquer coisa relacionada a seu bem estar era considerado desprezível, a tal ponto que elas nunca eram tratadas como uma parte legal no contrato matrimonial. As mulheres eram usadas para um propósito e então descartadas. Elas não tinham independência, não tinham o direito de ser proprietárias nem a herança. Em tempos de guerra, as mulheres eram tratadas como parte do despojo. Em suma, sua condição era indescritível.


Em adição, o nascimento de uma filha na família não era uma ocasião de alegria, mas era visto como humilhação. A prática de matar meninas era incontrolada. O Alcorão efetivamente pôs um fim à cruel prática do infanticídio feminino. Ele também repreendeu a atitude dos pais que, após receber as notícias do nascimento de uma menina ao invés de um menino, se lamentavam. Os pais também foram urgidos a sustentar e serem bondosos para com suas filhas. Com o advento do Islam veio o verso do Alcorão condenando aqueles que praticavam infanticídio feminino.

“E quando a algum deles é anunciado o nascimento de uma filha, o seu semblante se entristece e fica angustiado. Oculta-se de seu povo pela má notícia que lhe foi anunciada: deixá-la-á viver, envergonhado, ou a enterrará viva? Que péssimo é o que julgam”. Surata 16:58-9

E como parte de uma descrição de vários eventos no Dia do Julgamento, o Alcorão menciona:

"Quando a filha sepultada viva for interrogada: por que delito foste assassinada?”. Surata 81:8-9

Fora da Arábia as condições da mulher não eram melhores. Na Índia, Egito e todos os países europeus na Idade das Trevas, as mulheres eram tratadas pior que escravos. Elas não eram vistas como seres humanos, mas como um tipo de subespécie entre humanos e animais não humanos.

Islam e Sexualidade Humana

A noção da sexualidade sendo "má" ou vergonhosa em si própria é completamente estranha ao Islam. Desde que o propósito do casamento é ser uma fonte mútua de conforto, paz e prazer, como uma vestimenta que protege e cobre, o aspecto sexual do casamento é uma extensão disso. Ao marido é pedido ser gentil, atencioso e amável com sua esposa, e tentar satisfazer as necessidades dela. Essa última obrigação também se aplica à esposa. No Islam, as relações sexuais estão reservadas exclusivamente aos confins do casamento. Tanto o marido quanto a esposa são obrigados a honrar a privacidade das relações íntimas entre eles, não devendo falar sobre ela a ninguém. Muhammad (saas) disse:

“Verdadeiramente, entre as piores pessoas ante Allah (SWT) no Dia do Julgamento está o homem que se aproxima de sua esposa e ela responde e então ele espalha os segredos dela”.

A esposa tem certos direitos sobre o marido. O marido é comandado a estimular sua esposa sexualmente, e não negligenciar a interação sexual, a não ser numa condição temporária, como durante as horas do dia no Ramadã.
“Ao ser dito sobre um de seus Sahaba (Companheiros) que jejuava durante o dia e rezava à noite, o Profeta (saas) disse a ele que sua esposa tinha direitos sobre ele, seu corpo tinha direitos sobre ele, que ele rezasse e dormisse, jejuasse e então quebrasse o jejum”. (transmitida por Ibn Hibban (ra) )
Antes de engajar no intercurso sexual, é necessário ao marido expressar sua afeição e amor por sua esposa por tocá-la, acariciá-la, e coisas assim. Jabir bin'Abdullah (ra) narrou que o Mensageiro de Allah (saas) recomendou a um homem não engajar no intercurso sexual antes de acariciar sua esposa, chamando o intercurso sem preliminares "uma prática em crueldade".

Casamento e Poligamia (Ta'ad-dud) no Islam

O Islam, tal como foi revelado ao Profeta Muhammad (saas), é um completo modelo de vida, da qual não deixa nenhum aspecto sem regulamentos, possibilitando aos Muçulmanos, quer sejam homens ou mulheres, a permanência no Caminho Correto. Assim, as regulações pertinentes ao casamento de várias (até 4) mulheres com um único homem não servem como padrão para todo e qualquer casamento, mas para aqueles contextos limitados nos quais tal é a realidade de uma dada estrutura social ou situação aplicável.

A poligamia, prática de várias mulheres se casando com um homem, ocorreu muitas vezes sem limitações, em quase todas as culturas. Várias religiões aprovaram-na e a praticam antes e após o advento do Islam. Vários Profetas (as) mencionados na Torá e através da Bíblia tiveram mais que uma esposa. Da mesma forma, ela foi praticada por várias culturas nativo americanas por milênios. Hoje ela está sendo praticada por ao menos 30 mil Mórmons de classe média nos EUA. No entanto, não é segredo que a poligamia de outro tipo também está sendo praticada nas Américas e na Europa  a prática de se ter uma ou mais amantes. 

A diferença é que enquanto o homem não muçulmano não tem obrigações legais ou responsabilidades em relação a sua segunda, terceira ou quarta amantes e suas crianças, um marido Muçulmano tem obrigações e responsabilidades legais e completas em relação a suas segunda, terceira ou quarta esposa e suas crianças. No Islam, não há dúvida de que a segunda esposa, que é legalmente casada e bem tratada, é melhor que uma amante que não tem direitos legais. Em adição, a criança legítima de um pai poligamo, que tem todos os direitos e privilégios de um filho ou filha, é melhor que uma criança ilegítima não desejada ou desejada.

O sistema de casamento Islâmico inclui a poligamia para proteger e fornecer sustento para a sempre presente maior razão sexual feminina em todas as sociedades humanas. De acordo com a tradição Islâmica. Mohammad (saas) e seus Companheiros (ra) casaram por uma variedade de razões. Eles se casaram com viúvas com filhos, mulheres de idade divorciadas, mulheres que podiam ser vendidas como escravas tanto quanto prisioneiras de guerra. Deve ainda ser salientado que o Profeta Mohammad (saas) não se casou por luxúria ou por incapacidade de lidar com um casamento monogâmico, desde que ele viveu por 25 anos em um casamento monogâmico estrito com sua primeira esposa Khadijah (ra).

O fator mais importante em um casamento Islâmico verdadeiro é a piedade dos parceiros envolvidos. Esse fato foi aludido por Muhammad (saas) quando ele disse:

“Os homens (tendem a) pedir em casamento uma mulher por quatro razões: sua riqueza, a posição social de sua família, sua beleza ou a sua piedade. Escolha a piedosa, e você terá ganho a verdadeira riqueza.” (Sahih, narrada por Abu Hurairah e compilada por Al-Bukhari).

No Oriente uma mulher pode se casar por razões como segurança, descendentes ou companhia. No entanto, em tais sociedades, o amor geralmente segue o casamento; assim, encoraja-se o casamento com um homem religioso, piedoso e disciplinado, e eventualmente o amor surge. Novamente, pode ser difícil para aqueles de nós no Ocidente compreendermos isso, mas o fato disso nos parecer estranho não necessariamente o faz ser algo opressivo.

“Em outras culturas a poligamia é a representação desnecessária de excesso e promiscuidade. No Ocidente, a forma mais comum de poligamia é encontrada na então chamada ”monogamia serial”, dentro da qual um indivíduo pode se divorciar ou separar de uma mulher após a outra, sem o mínimo senso de compromisso. Similarmente, a poligamia Ocidental geralmente tende a ser do tipo onde o homem pode manter um aspecto de legitimidade em seu casamento, enquanto traindo sua esposa pelas suas costas. Isso é totalmente diferente da poligamia ou “co-esposismo” tradicionalmente praticados em muitas culturas orientais, indígenas ou mais antigas. ”“ The Empirical Basis of Sexual Alchemy: Redefining Balance in an Era of Confusion, pag 17”.

De acordo com o que foi dito, enquanto muitas tradições ocidentais poderiam clamar ser monogâmica, a taxa de divórcio de 60%, apenas nos EUA, prova que eles estão na verdade praticando a mais destrutiva forma de poligamia, que também ocorre de ser a mais opressiva forma para as mulheres, como a maternidade solteira tem provado no Ocidente.

“Tanto quanto a monogamia como oposta à poligamia é conceituada, em relação aos seres humanos, em homens heterossexuais ela está predominantemente correlacionada com a cultura na qual alguém é criado. Em algumas culturas e sócias-regiões, a poligamia é uma necessidade virtual para a sobrevivência das espécies (como parece ser com a maioria dos primatas superiores), na referida região. Em outras isso não é somente desnecessário, mas também leva à explosão populacional, deixando-a incontrolada e desbalanceada, e as doenças se espalham em escala epidêmica. Por instância, nas sociedades africanas pré-industriais, onde doenças e severas condições socioeconômicas contribuíram em muito para as massivas taxas de mortalidade, a poligamia ajudou a manter o número de descendentes alto. 

É severamente prejudicial à saúde da mulher dar à luz a crianças em intervalos mais curtos que aproximadamente dois anos. Talvez seja essa a razão pela qual a amamentação (que naturalmente ocorre por dois anos) diminua dramaticamente as chances de concepção. Muitas crianças, no severo ambiente africano, morrem durante o primeiro ano de suas vidas. A taxa de mortalidade infantil é tão alta que as mães nem mesmo se permitem desenvolver laços emocionais com suas crianças até elas terem atingido cerca de três anos de idade. Assim, o fato dos homens terem múltiplas parceiras permanentes beneficia a espécie por produzir bebês mais saudáveis em intervalos de tempo igualmente espaçados, e beneficia as famílias das esposas por elas receberem dotes da família do noivo quando suas filhas são casadas. A reprodução é a maior vantagem histórica africana.” “ The Empirical Basis of Sexual Alchemy : Redefining Balance in an Era of Confusion, pag 17”
Essencialmente, o Alcorão não requer ou mesmo aconselha as pessoas a praticarem poligamia. Antes, ele admite que haja certas condições que devem ser preenchidas (como o homem tendo permissão de sua primeira esposa) antes de alguém assumir tal estilo de vida.

“Se temerdes não poder ser equitativos para com elas (múltiplas esposas), casai então com uma só”. Surata 4:3

De que gênero é Allah (SWT)?

Tradicionalmente, "Deus" é visto no Ocidente com uma figura masculina. Isso fica em oposição mesmo ao texto da tradição Judaico-Cristã que não tem um “nome” masculino singular para o Divino. O Nome Divino Hebraico “YHVH” é composto de duas letras femininas e duas letras masculinas. Similarmente, `Isa (as, Jesus) somente se referia a Allah(SWT) como “Pai” em uma alegoria velada. Tem sido visto na tradição esotérica Hebraica por milhares de anos, que o aspecto espiritual de “YHVH” era o masculino, enquanto o físico que era conjunto com o espiritual  era o feminino. 

Tais noções são completamente paralelas aos conceitos Taoistas de Yin e Yang, Pai-Céu e Mãe-Terra.

De acordo com isso, Allah (SWT) é referido como masculino no Alcorão somente no contexto do Ser Espiritual que anima e dá vida à matéria feminina. Mas, além disso, o termo usado no Árabe original do Alcorão é “Hu” ao invés de “ele” ou “ela”. Em muitas linguagens ele é traduzido como um terceiro pronome mais neutro, embora isso não denote uma separação entre o masculino e o feminino. 

O Islam estabelece de todo o coração que Allah (SWT) não é um ser separado, ou uma divisão da existência; Allah (SWT) é um Todo tanto de masculino quanto de feminino. “Allahu Akbar” significa literalmente que Allah (SWT) não é nem masculino nem feminino sozinhos em natureza e essência. Allah (SWT) é Ahad (Único, Um).

Islam e Vestimenta Modesta

Parâmetros de modéstia próprios para homens e mulheres (vestimenta e comportamento) são baseadas em fontes reveladas e como tais são vistas por homens e mulheres crentes como instruções divinamente baseadas com metas legítimas, e Sabedoria Divina por trás delas. Elas não são restrições patriarcais ou socialmente impostas. A noção de total reclusão das mulheres é totalmente alheia ao Período Profético do Islam inicial. Problemas de interpretação em justificar a segregação refletem, em parte, influências culturais e circunstâncias de muitos países Muçulmanos diferentes.

De acordo com isso, a última imagem distorcida a ser coberta é a da vestimenta das mulheres Muçulmanas. A influenciada mídia ocidental retrata suas vestimentas como sendo “ultrapassadas e supressivas”. Similarmente, pensa-se que o código de vestimenta impede as mulheres de fazerem qualquer coisa produtiva em suas vidas. 
As mulheres Muçulmanas mantêm uma variedade de empregos, nenhum dos quais desvalorizados ou dificultado devido ao código de vestimenta delas. Quanto à atualização da vestimenta das Muçulmanas durante estes tempos contemporâneos, ela parece a mais apropriada devido à decrescente moral no mundo de hoje. A decrescente moralidade e atribulações deste tempo fazem do Hijab mais que uma necessidade, mesmo porque os crimes sexuais estão mais frequentes que nunca.

O corpo não deveria ser olhado como algo vergonhoso; no entanto, a exibição desenfreada do corpo pode definitivamente ser uma distração para algumas de nossas metas mais elevadas. Por isso é que em todas as antigas tradições é costume as mulheres utilizar-se de longas vestimentas para se cobrir, especialmente quando estão em locais de adoração.

É fato que no Ocidente então dito “livre” o estupro é uma epidemia, embora seja definitivamente uma raridade para uma Muçulmana no Oriente Médio usando Hijab. É fácil para alguém no Ocidente olhar para as mulheres no Oriente e clamar que elas são oprimidas por usar Hijab. No entanto, eu garanto para você que qualquer mulher que tenha sido estuprada poderia enormemente evitar os horrores de sua experiência por se cobrir um pouco mais.

Muitas mulheres no Ocidente, hoje em dia, têm se voltado ao aprendizado de defesa pessoal, e algumas mesmo se armado, para se sentirem mais seguras. Ainda, tais ações de defesa são inequivocadamente consideradas liberdade ao invés de opressão, enquanto que a maioria das mulheres no Oriente que usam Hijab o consideram um ato revolucionário pela libertação das mulheres.
A auto-restrição na vestimenta não é nem um pouco opressiva. 

Os Profetas (as) e principalmente Allah (SWT) tinham somente libertação em mente quando tais noções emergiram. Além disso, permanece o fato de que estupro e molestação são opressão. Evitar tais coisas não é opressão, e sim libertação disso. Isso não é dizer que o padrão mínimo de modéstia em público deveria ser usado em todos os contextos, mas é claro que todas as mulheres capacitadas podem concordar que se nós queremos ser julgadas pelo que somos, então evitar vestimentas “provocantes” em público é o mínimo que devemos fazer. 

Em locais de adoração as mulheres deveriam tentar se cobrir o máximo possível. Tal era o padrão tanto entre os antigos Hebreus e Cristãos quanto entre os Muçulmanos. As Mesquitas são para o espírito, e não para o corpo.
“Para uma mulher Muçulmana, sua vestimenta modesta é a expressão de uma irmandade universal. Uma vestimenta modesta também libera a mulher Muçulmana, e ela é então automaticamente respeitada por sua mente ao invés de seu corpo. 

Colocando de forma simples, ela retém sua dignidade! É como dizer: Eu sou uma mulher de respeito. Eu não sou para todo homem olhar, tocar ou conversar. Eu estou protegida, exatamente como uma preciosa pérola branca, que, se tocada por todo mundo, se tornará escurecida e suja. A vestimenta modesta de uma mulher protege a sociedade do adultério e de outras formas de relacionamentos sexuais ilegais que levam à separação das famílias e à corrupção da sociedade. 

O DIREITO DE UMA MULHER MUÇULMANA É SER RESPEITADA POR SUA MENTE E POR SER ELA MESMA.”




2 comentários:

  1. Ainda temos muito o que avançar contra a missoginia dos povos, mas continuamos no enfrentamento de todo tipo de violência contra as mulheres.

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  2. É muito errado a visão ocidental sobre a cultura oriental... Eu não sou mulçumana, mas quis aderir ao turbante hijab e quando usei na escola recebi muitos comentários negativos do tipo " por que esta fazendo isso consigo mesmo? Vc não precisa se esconder" mas era justamente para não ser mais assediada que comecei a usar o turbante. E desde que comecei a usar um homem nunca olhou para mim com desejo...

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