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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Como o Profeta Muhammad nos alerta sobre o ISIS, Al qaeda, Taliban e tantos outros grupos terroristas.
Em ataques separados na
semana passada (26/06/15), os terroristas do ISIS mataram 39 turistas em um
resort de praia na Tunísia, e perto de 30 religiosos em uma mesquita xiita no
Kuwait. O ataque ocorreu pouco depois que o grupo apelou aos seus simpatizantes
jihadistas militantes para expandir as operações no mês de Ramadan.
ISIS tem demonstrado
uma determinação inabalável para tirar quem se atreve a discordar com ele. Os
seus membros assassinaram Yazidis e cristãos, mas a grande maioria de suas
vítimas foram os muçulmanos que lhe resistem e se recusam a reconhecer sua
autoridade. O ISIS tem até executado clérigos sunitas que se recusaram a jurar
fidelidade à ele, e as mulheres muçulmanas que não se submeteram à sua visão de
mundo.
Este recurso é
compartilhado entre todos os grupos terroristas que operam em nome do Islam. A
grande maioria das vítimas do Taliban, por exemplo, também são muçulmanos.
Centenas de muçulmanos xiitas foram mortos apenas nos últimos anos. E eu perdi
muitos amigos próximos em ataques semelhantes sobre os muçulmanos Ahmadi no
Paquistão, Indonésia, Bangladesh, Afeganistão e até mesmo na América.
Assim, quando alguns
críticos anti-Islam estão obstinadamente associando a fé de nós, muçulmanos,
com os atos de nossos algozes, chamamos-los para sua insensibilidade.
Eu não discordo que
parte da motivação para o extremismo religioso está enraizada na interpretação
pervertida da escritura por extremistas radicais. No entanto, é desonesto
rotular a grande maioria dos muçulmanos que rejeitam tais interpretações como
não-devotos ou “muçulmanos nominais”.
Um estudo honesto do
Alcorão mostra que grupos como ISIS agem em completo desafio das regras do
Islam.
O Alcorão, por exemplo, equivale um assassinato para o assassinato de
toda a raça humana (05:32), e considera perseguição e desordem na terra como um
crime ainda pior (2:217).
Ele coloca a ênfase na paz, justiça e direitos
humanos. Ele eleva a liberdade de consciência e proíbe castigo mundano por
apostasia e blasfêmia.
Um estudo das tradições
do Profeta Muhammad também demonstram que ele nos alertou para o aumento do
extremismo religioso nesta época em detalhes surpreendentes.
1400 anos atrás, ele
profetizou que viria um tempo quando nada permaneceria do Islam, mas o seu
nome, nada do Alcorão, mas a sua palavra, e que muitas “Mesquitas seriam
esplendidamente decoradas, mas destituídos de orientação” (Mishkatul Masabih).
Nestes últimos dias, a verdadeira essência espiritual do Islam estaria perdida,
e a religião, em sua maior parte, seria reduzida à uma compulsão ritualística.
Ele predisse que o clero seria corrupto e seria uma fonte de conflitos durante
estes tempos.
Como isso é verdade,
dos clérigos extremistas em algumas partes do mundo muçulmano abusarem do
púlpito para pregar divisão e ódio.
Ele também passou a
descrever grupos terroristas como o ISIS que tentariam sequestrar a fé
islâmica. Neste momento de dissensão, ele disse que iria aparecer “um grupo de
jovens que seriam imaturos no pensamento e tolos.” Eles falariam belas
palavras, mas cometeriam as mais hediondas das ações. Eles iriam se envolver em
tanta oração e jejum que o culto dos muçulmanos pareceriam insignificantes em
comparação. Eles iriam chamar as pessoas para o Alcorão, mas não teriam nada a
ver com ele na realidade. O Alcorão não iria além de suas gargantas, ou seja,
eles não entenderiam sua essência em tudo, simplesmente regurgitar-lo
seletivamente. O Profeta, então, passou a descrever essas pessoas como “os
piores da criação.”
Como se este esquema
não fosse suficientemente claro, outra tradição no livro Kitaab Al Fitan
relatado pelo califa Ali, o quarto sucessor do Profeta Muhammad, descreve essas
pessoas como tendo cabelos longos e tendo bandeiras negras. Seus corações
“serão duros como ferro”, e eles seriam os companheiros de um Estado (Ashab ul
Dawla). Curiosamente, ISIS refere a si mesmo como o Estado islâmico ou Dawla. A
tradição ainda menciona que eles vão quebrar seus convênios, não falam a
verdade e têm nomes que mencionam suas cidades. O califa do ISIS, Abu Bakr al
Baghdadi, vem à mente.
Profeta Muhammad
furiosamente e dolorosamente descreveu esses malfeitores, e advertiu os
muçulmanos para tomarem cuidado com o seu mal e lutarem contra isso. “Quem luta
contra eles é melhor para Allah do que eles”, proclamou.
Reflita sobre este
ponto crítico. Sempre que o ISIS mata em nome do Islam, afirmam seguir o
Alcorão, ou usam o mês sagrado do Ramadan para espalhar a anarquia em todo o
mundo, sabemos que o Profeta Muhammad explicitamente nos advertiu destes
impostores, e nos confiou desmascara-los.
As únicas pessoas que
se recusam a refletir sobre este ponto são o ISIS, os simpatizantes do ISIS e
extremistas anti-Islam que querem que o mundo acredite que o ISIS é legítimo.
As pessoas inteligentes, enquanto isso, enxergam a sabedoria profética do
profeta Muhammad e, assim, permanecem unidos contra ambas ignorância e o
extremismo.
quinta-feira, 2 de julho de 2015
O que Allahu Akbar realmente significa
É uma reivindicação Islamofóbica muito comum de que
a frase “Allahu Akbar” é o “grito de guerra muçulmano.” Essas baseiam essa
afirmação no fato de que muitos extremistas muçulmanos gritam “Allahu Akbar”
antes de seus atos de barbárie. Na verdade, isso acontece de fato. No entanto,
nada poderia estar mais longe da verdade.
Em primeiro lugar, a frase “Allahu Akbar” significa “Deus é o maior.”
Essa frase não era o grito Islâmico de guerra no tempo do Profeta Muhammad,
embora seja quase certo que muitos muçulmanos tenham usado a frase dessa
maneira. De fato, em muitos dos protestos da Primavera Árabe, os manifestantes
desarmados, pacíficos gritaram muito a frase “Allahu Akbar”, ao serem baleados
por forças de seguranças.
No entanto, “Allahu Akbar” é mais do que apenas uma frase; é um modo de
vida. Isso significa que Deus é maior do que qualquer outra coisa na Terra,
seja a opressão de um tirano cruel matando seu próprio povo ou maior que seus
próprios caprichos e tentações.
Antes do muçulmano entrar na oração, ele deve proferir “Allahu Akbar” em
voz alta. Uma vez que ele faz isso, ele entra na Presença Divina. Isso porque,
naquele momento, ele deixa o mundo inteiro para trás, a fim de oferecer a
oração ritual. Assim, “Deus é o Maior”. No curso de um dia, os muçulmanos vão
pronunciar essa palavra, “Allahu Akbar”, pelo menos dezessete vezes, uma para
cada ciclo de oração ritual. No entanto, existem muitos muçulmanos que proferem
com suas bocas “Deus é o Maior”, e suas ações desmentem essas palavras
sagradas.
Pegue por exemplo os extremistas bárbaros que matam em nome de Deus. Se
eles gritam “Deus é o Maior” em comemoração à um ataque que mata seres humanos
inocentes, eles se encontram em sua pior forma. Seu ato de assassinato declara
precisamente que Deus não é maior que eles. Pois, se Deus fosse realmente o
maior, eles não prejudicariam qualquer vida inocente. Se um comerciante
muçulmano reza cinco vezes por dia e profere “Allahu Akbar” dezessete vezes,
mas engana seus clientes, então Deus não é verdadeiramente o maior para esse
comerciante. Se um cidadão muçulmano trai sua declaração de imposto de renda, então
Deus não é verdadeiramente o maior para esse cidadão.
De fato, os atos rituais de adoração são conectados diretamente ao
caráter do crente. Leia este relato Profético (relatado na compilação Muslim):
O Mensageiro de Deus, que a paz e as bênçãos estejam com ele, perguntou:
“Você sabe quem são os falidos?” Eles disseram: “Alguém sem dinheiro ou bens
está falido.” Assim, o Profeta disse: “Os falidos são os da minha nação que vêm
no Dia da Ressurreição com a oração, jejum e caridade, mas vem também com um insulto,
difamação, consumo de riquezas, derramamento de sangue e agressão à outros.
Cada um deles receberão a partir de suas boas ações; se suas boas ações
acabarem antes das suas más ações serem liquidadas, suas más ações serão
lançadas sobre ele, então ele vai ser jogado no fogo do inferno.”
Todas essas boas obras, feitas em gratidão a Deus pelo seu eterno e
infinito amor por nós, não vai significar nada no Dia do Juízo, se não forem
acompanhadas de um bom caráter. Pois, se Deus for realmente o maior à alguém,
então ele não tratará as criações de Deus – a humanidade, os animais e o mundo
natural – com desprezo e brutalidade. Pode ser difícil às vezes fazer a coisa
certa. No entanto, esse é o verdadeiro significado da Jihad (Esforço): a luta
para superar as nossas próprias tentações e caprichos, a fim de fazer o que
Deus quer de nós. Mas fazemos isso precisamente porque “Allahu Akbar”: Deus é o
Maior.
domingo, 28 de junho de 2015
Sobre o Arrependimento
Um Cristão Perguntou sobre o Arrependimento
Pergunta: Eu sou um cristão e minha pergunta é a seguinte: Se alguém decide se arrepender depois de uma vida cheia de atos de desobediência e de pecados, e está comprometido com o Senhor a se arrepender, eu sei que o Islam diz que ele receberá o perdão. A minha pergunta é: O que acontece com os pecados que ele cometeu? Ele desobedece a Deus e alguém tem que suportar o castigo por esses pecados? Quem é esse alguém, tendo em vista que o Senhor perdoou o autor do pecado quando este se torna um crente? Temos no caso de Adão que obteve uma punição em consequência de seu pecado.
Resposta:
Louvado seja Allah, que nos guiou ao Islam. Nós não teríamos sido devidamente orientados sem não fosse por Ele. Em primeiro lugar, agradecemos ao questionador e pedimos a Allah que lhe guie.
Questionador, Deus Todo-Poderoso criou-nos para um grande propósito, que é adorá-Lo exclusivamente, sem associar qualquer coisa com ele. Allah diz:
"Não criei os gênios e os humanos, senão para Me adorarem." (Alcorão 51:56)
O propósito de nossa criação é adorá-Lo exclusivamente. Allah não nos criou somente para nos contentarmos em comer, beber, jogar, trabalhar, cansar. Em vez disso, Ele nos criou para adorá-Lo e para não sermos ingratos com Ele e para que nos lembremos d'Ele e não nos esqueçamos d'Ele. Esse é o objetivo! Que nobre objetivo! O dia em que o homem vive para adorar seu Senhor e Mestre, para servir sua religião e cumprir com suas ordens. Ele está fisicamente na terra, mas o seu coração está com Deus no outro mundo. Eis que ele capta a realidade desta vida, sua mesquinhez e a pouca importância que tem, um estado em que o pouco que lhe resta não deve ser dedicado a amenizar prazeres carnais e passageiros. Senhor! Guia-nos como somente Tu sabes guiar.
A prática da adoração deve ser bem explicada e ensinada, então Deus enviou Seus mensageiros:
"... Foram mensageiros alvissareiros e admoestadores, para que os humanos não tivessem argumento algum ante Deus, depois do envio deles, pois Deus é Poderoso, Prudentíssimo." (Alcorão 4:165)
Aquele que se converte ao Islam foi bem orientado. Aquele que se desvia terá perdido completamente tudo. Deus Todo-Poderoso disse:
"Já vos chegaram as evidências do vosso Senhor! Quem as observar será em benefício próprio; quem se obstinar (em negá-las) será igualmente em seu prejuízo, e eu não sou vosso guardião." (Alcorão, 6:104)
O homem que se converte escolheu a felicidade:
"Quanto aqueles que se submetem (à vontade de Deus), buscam a verdadeira conduta." (Alcorão 72:14)
O homem é falível, esquecido e sempre expostos ao pecado, Allah estabeleceu para Seus servos o arrependimento, como a abertura de uma porta que não será fechada até a vinda da Última Hora. Ele chamou os seus servos para o arrependimento sincero. A este respeito, o Altíssimo, diz:
"Ó crentes, voltai, sinceramente arrependidos a Deus; é possível que o vosso Senhor absolva as vossas faltas e vos introduza em jardins, abaixo dos quais correm os rio" (Alcorão, 66: 8) e disse: "Ó crentes, voltai-vos todos, arrependidos, a Deus, a fim de que vos salveis!" (Alcorão 24:31)
Saiba que os pecados são de duas categorias: a primeira diz respeito aos direitos de Allah Altíssimo; a segunda trata dos direitos das criaturas.
Quanto ao que diz respeito aos direitos de Allah, evitando coisas como a prostituição, o consumo de álcool, o abandono das obrigações relacionadas com o cumprimento da oração, zakat. Se alguém comete pecados que têm sanções previstas pela Sharia, como prostituição e consumo de álcool, e se as sanções são aplicadas ao pecador, ele é então purificado. Se as sanções não são aplicadas e o pecador se arrepende a Allah, Allah o absolve e transforma seus pecados em boas ações. Se um pecador encontrar Allah antes de se arrepender e antes de sofrer as sanções, seu destino, no Dia da Ressurreição, vai depender da vontade de Deus; Ele poderá punir ou poderá perdoá-lo.
Al-Bukhari (18) e Muslim (1709) narraram de Ubada Ibn Samit, que testemunhou a batalha de Badr e foi um dos batedores da noite de Aqba, que disse que o Mensageiro de Deus ﷺ disse na presença de um grupo de seus companheiros: "Façam-me um juramento de lealdade de não associar nada na adoração de Deus, abster-se do roubo, não matar seus filhos, parar de proferir calúnias e não desobedecer a uma ordem. Qualquer um de vocês que permaneça fiel ao seu compromisso será recompensado por Allah. Quem comete uma violação de seu juramento, e for punido aqui na terra, isto será uma expiação para ele. Quem comete uma violação que permanecerá velada por Deus, seu destino dependerá de Allah; Ele poderia perdoá-lo ou puni-lo." Nós juramos lealdade a ele tendo isso como base.
A versão de Al-Bukhari (6416) afirma: "Quem comete um ato proibido e sofre a devida penalidade na terra será purificado e terá expiado seu pecado."
Al-Hafidz disse em al-Fath (1/68): "Deduzimos do hadith que a aplicação de uma penalidade ao pecador apaga o pecado, mesmo sem o arrependimento do infrator, que é a opinião da maioria de estudiosos."
Ahmad (1365) narrou de Ali ibn Abi Talib que o Mensageiro de Allah ﷺ disse: "Se alguém comete um pecado e sofreu a punição que corresponde ao pecado, Deus será muito justo com ele e não irá duplicar a punição. Se alguém comete um pecado, e Deus o impede de ser levado ao conhecimento do público e o perdoa, Deus é demasiado justo para julgar novamente um pecado que ele já perdoou." [Este hadith é considerado hasan por al Aranaut em al-Musnad Tahqiqi. Al-Hafihz considerou hasan uma versão similar relatada por al-Tabarani.]
Allah diz:
"Aqueles que não invocam, com Deus, outra divindade, nem matam nenhum ser que Deus proibiu matar, senão legitimamente, nem fornicam (pois sabem que) quem assim proceder, receberão a sua punição. No Dia da Ressurreição ser-lhes-á duplicado o castigo; então, aviltados, se eternizarão (nesse estado). Salvo aqueles que se arrependerem, crerem e praticarem o bem; a estes, Deus computará as más ações como boas, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo." (Alcorão 25:68-70)
O Transcendente disse:
"Deus jamais perdoará quem Lhe atribuir parceiros, conquanto perdoe os outros pecados, a quem Lhe apraz. Quem atribuir parceiros a Deus desviar-se-á profundamente." (Alcorão 4:116)
Este último versículo se refere a quem não se arrependeu. Seu destino depende da vontade de Deus, desde que não cometa idolatria. Porque o autor da idolatria não será perdoado.
Em relação à segunda categoria de pecados, o que diz respeito aos direitos dos servos, evitando coisas como furto ou roubo de sua propriedade, o ataque à sua honra através da calúnia ou maledicência, ou agressão física. Esta categoria de pecado exige arrependimento, além de uma compensação por danos ou obter o perdão da vítima. Se vier a falhar nisto, a responsabilidade que decorre do pecado incombe ao pecador até o dia da Ressurreição. Uma parte de suas boas ações serão então subtraídas para reparar a injustiça que ele cometeu. A respeito disto, o Profeta ﷺ disse: "Quem quer que tenha cometido uma injustiça contra alguém, quer se trate de sua honra ou qualquer outra coisa, ele deve então pedir perdão (à vitima da injustiça) antes que chegue um dia onde nem dinar nem dirham (dinheiro) (estão disponíveis). Se o agressor tem boas ações, ser-lhe-á subtraído então uma parte para reparar os danos causados a terceiros. Se ele não tiver boas ações, então será depositado sobre ele a culpa dos delitos de suas vítimas." (Relatado por al-Bukhari (2317)
Portanto, sabemos que a ideia de que todo o pecador deve ser punido aqui na terra, é uma ideia que não é apoiada por nenhum argumento. Mas, se o pecador está cumprindo uma sentença aqui, esta apaga o pecado. Se ele escapar da punição e se arrepender, Deus aceitará o seu arrependimento.
A mais falsa opinião é a de que a pena de um pecado pode ser aplicada a uma pessoa que não o seja o autor deste pecado. Esta avaliação é feita por alguns ignorantes sobre o caso de Adão (عليه سلم). Eles afirmam que sua descendência, incluindo profetas, carregam o seu pecado, até ao ponto que Deus teve que enviar o Seu único filho e deixá-lo sacrificar e crucificar para expiar o pecado original! Isso é uma grande mentira contra Deus e Seus profetas. É uma injustiça que transcende as leis de Deus. Deus não cobra de alguém um pecado cometido por outra pessoa. Neste sentido, ele disse:
"E nenhum pecador arcará com culpa alheia; e se uma alma sobrecarregada suplicar a outra a que lhe alivie a carga, esta não lhe será aliviada no mínimo que seja, ainda que por um parente." (Alcorão, 35:18)
Certamente Allah é Clemente e demasiado justo para punir uma geração devido a um erro cometido por seus antepassados, que, aliás, se arrependeram deste erro e obtiveram o perdão divino. A respeito disto, o Altíssimo, disse:
"Todavia, Satã os seduziu, fazendo com que saíssem do estado (de felicidade) em que se encontravam. Então dissemos: Descei! Sereis inimigos uns dos outros, e, na terra, tereis residência e gozo transitórios. Adão obteve do seu Senhor algumas palavras de inspiração, e Ele o perdoou, porque é o Remissório, o Misericordioso." (Alcorão, 2:36-37)
O Transcendente disse:
"Ambos (Adão e Eva) comeram. Em seguida, a sua nudez lhes apareceu. Eles começaram a cobrir-se com folhas de Paraíso. Adão desobedeceu a seu Senhor e se extraviaram. Seu Senhor então o elegeu, aceitou o seu arrependimento e o guiou." (Alcorão, 19:121-122)
Adão reuniu duas coisas: Por um lado, ele sofre a penalidade do pecado, por outro lado, ele se arrependeu e foi perdoado por Deus que, além disso, o elegeu e o honrou.
Em suma, aquele que vive uma vida cheia de atos de desobediência e do pecado, deve retornar ao seu Misericordioso e Generoso Mestre para pedir seu perdão e arrepender-se a Ele. E ele vai obter, de acordo com a promessa feita pelo Transcendente com estas palavras:
"Dize: Ó servos meus, que se excederam contra si próprios, não desespereis da misericórdia de Deus; certamente, Ele perdoa todos os pecados, porque Ele é o Indulgente, o Misericordiosíssimo." (Alcorão 39:53)
É um alívio que Deus tem feito através desta clemente Sharia. Deus tinha ordenado aos filho de Israel a se matarem como meio de mostrar seu arrependimento. Em seguida, ele alivia esta comunidade do Islam beneficiando-a com a misericórdia em seus fardos e penalidades.
Finalmente, pedimos a Allah para ajudar o questionador, para o guiar e abrir seu peito para o Islam para que ele se torne um membro desta comunidade muçulmana, que aceitou Allah como Mestre, o Islam como religião e Muhammad como Profeta.
E Deus sabe mais.
segunda-feira, 15 de junho de 2015
Os males da calunia parte I
Calunias meras palavras porém são palavras que traz a
quem as profere a vergonha e a humilhação, e que o colocam no Fogo do Inferno.
Essa pessoa cedeu aos seus desejos vãos e sucumbiu a suas tendências
destrutivas.
O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] disse:
“Um homem
pode falar uma palavra sem pensar em suas conseqüências, mas por causa dela,
ele mergulhará no Inferno tão fundo como a distância existente entre o leste e
o oeste”. [Sahih Al-Bukhari 6477 e Sahih Muslim 2988].
Um muçulmano quando pronuncia palavras onde descreve seu
irmão de forma negativa – explícita ou implicitamente – se afunda na perdição
se clara e evidente através desse ato. E o que poderia ser uma perdição maior
para uma pessoa do que falar mal de outras, não ganhando absolutamente nada com
essa atitude, mas pelo contrario, perdendo as suas bênçãos e as suas
recompensas obtidas antes por suas boas ações? E se as suas boas ações
acabarem, os pecados daqueles que foram caluniados serão retirados deles e
jogados todos no caluniador, até que ele seja lançado por eles [os pecados] no
inferno.
Um muçulmano pronuncia uma simples palavra através da sua
língua sem pensar, sem qualquer consideração e sem raciocinar que elas serão
cobradas dele por ter-las dito. Na verdade, isso é algo que muitas pessoas não
se preocupam.
Uma vez Mu‘adh ibn Jabal, o ilustre companheiro,
perguntou ao Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] quais as
boas ações que ao fazer lhe introduziria no Paraíso e o distanciaria do Inferno.
O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] mencionou-lhe as
virtudes de muitas boas ações, então disse: “Queres que te informe sobre a base
de tudo isso?”. Mu’adh disse: “Certamente”. O Profeta [que a paz e as bênçãos
de Allah estejam com ele] pegou sua própria língua e disse: “Contenha esta”.
Mu’adh então perguntou: “Ó Profeta de Deus! Seremos cobrados das coisas que dizemos?”.
O Profeta [que a paz e as bençãos de Allah estejam com ele]
respondeu: “Que sua mãe seja privada de ti, ó Mu’adh! Existe algo que jogará as
pessoas de cabeça no Inferno salvo o que é colhido de sua língua?”. [Sunan
At-Tirmidhi 2616 e Sunan Ibn Majah 3973].
Também disse Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah
estejam com ele]: “Aquele que possa garantir para mim o que esta entre seus
lábios e o que está entre as suas pernas, eu poderei lhe garantir o Paraíso”.
[Sahih Al-Bukhari 6474].
O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com
ele], quando disse “o que esta entre seus lábios” estava se referindo às palavras
ditas por uma pessoa diz, para garantir assim que as pessoas falem somente o
que agrada Allah. Quando ele disse “e o que está entre as pernas”, se referia
as relações sexuais, o que significa que a pessoa deve garantir não se envolver
em qualquer atividade sexual ilegal proibida por Allah.
A calunia pode ser definida como proferir palavras com as
quais é mencionado algo sobre seus companheiros muçulmanos de forma ruim
[maldosa], ou mencioná-las de forma que ele fique descontente com as tais. Isso
é chamado de calúnia porque uma pessoa geralmente deprecia outra na ausência
desta.
O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com
ele] define a intriga da seguinte maneira, e sua definição é preferível acima
de qualquer outra:
Ele disse: “Você sabe o que é calúnia?”
Eles disseram:
“Allah e Seu Mensageiro sabem melhor”. Ele disse: “É falar do seu irmão algo
que ele não gostaria que fosse mencionado sobre sua pessoa”. [Sahih Muslim
2589].
An-Nauaui comenta [Al-Adhkar]: “Mencionar algo a respeito
sobre aquilo que seu irmão não gostaria inclui o que se refere a seu corpo, sua
prática religiosa, sua moradia, sua aparência física, seu caráter e moral, sua
riqueza, seus pais, seus filhos, seu cônjuge, seu empregado, suas roupas, suas
ações, seu sorriso e sua expressão facial e tudo aquilo que se refere a ele.
Não importa se mencionado explicitamente ou implicitamente em palavra ou
através de gestos…
Isso inclui as pessoas que dizem [zombando]:
“Ó Allah,
perdoe a todos nós!”
“Ó Allah, perdoa-nos!”
“Allah nos mantenha a salvo!”
Tudo isso é calunia”.
“É mencionar algo sobre o seu irmão que ele não
gostaria que fosse mencionado”.
Alguém perguntou: “Ó
Mensageiro de Allah! Como saberás se o que eu disse sobre ele é
verdade?”.
Ele respondeu: “Se o que você disse sobre ele é verdade,
então fizeste calunia. Se o que você disse sobre ele é falso, então fizeste
intriga”. [Sahih Muslim 2589].
A difamação é uma afirmação falsa de enorme pecado
merecedor de punição severa. Allah diz [significado em português]: “E aqueles
que molestarem os fiéis e as fiéis imerecidamente, serão culpados de uma falsa
imputação e de um evidente pecado”. [Surah Al-Ahzab 33: 58].
Al-Hasan Al-Basri disse: “A calunia possui três
manifestações, as quais são discutidas no livro de Allah. São eles: calúnia,
fofoca e a difamação. Quanto à calúnia, é dizer algo sobre seu irmão que é
verdade sobre ele. Fofoca é dizer algo que você já ouviu falar sobre ele.
Difamar é a dizer sobre ele que não é verdade”.
A proibição da calunia
A calunia é proibida no Islam. Este é um ponto de
consenso entre todos os Muçulmanos, como mencionado acima por An-Nauaui.
Al-Qurtubi diz que é consenso que a calúnia é um pecado grave, devido às graves
ameaças de castigo citadas no Alcorão e na Sunnah contra aquele que comete este
pecado.
As provas que proíbem a calunia são consideráveis.
Provas no Alcorão
1. Allah diz [significado em português]: “Ó vós que
credes, evitai tanto quanto possível a suspeita, porque algumas suspeitas
implicam em pecado. Não vos espioneis, nem vos calunieis mutuamente. Quem de
vós seria capaz de comer a carne do seu irmão morto? Tal atitude vos causa
repulsa! Temei a Allah, porque Ele é Remissório, Misericordiosíssimo”. [Surah
Al-Hujjurat 49: 12].
Ibn ‘Abbas comenta sobre esta aya dizendo: “Allah proíbe
caluniar um crente mesmo se for uma com algo mínimo, da mesma forma proibiu
comer carniça”.
Abu Y’ala comenta a comparação que esta aya faz entre as
calúnias e comer carniça dizendo: “Isso enfatiza o quão é proibida a calunia.
Comer carne do morto é severamente proibido. É também algo que as pessoas têm
uma aversão natural, e as pessoas devem ter repugnância das calúnias da mesma
forma que têm em comer esse tipo carne”.
2. Allah diz [significado em português]: “Ó vós que
credes, que nenhum povo zombe do outro; é possível que [os escarnecidos] sejam
melhores do que eles [os escarnecedores]. Que tampouco nenhuma mulher zombe de
outra, porque é possível que esta seja melhor do que aquela. Não vos difameis,
nem vos chamem com apelidos [depreciativos] mutuamente. Muito vil é o nome que
detona maldade [para ser usado por alguém], depois de Ter recebido a fé!”.
[Surah Al-Hujjurat 49: 11].
Os males da calunia parte II
Provas na Sunnah
1. O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com
ele] disse: “Seu sangue, sua propriedade e sua honra são sagrados [inviolável]
para você, assim como também é este dia, este lugar e este mês”. [Sahih
Al-Bukhari 1741 e Sahih Muslim 1679].
Ibn Al-Mundhir faz a seguinte observação: “O Profeta [que
a paz e as bênçãos de Allah estejam com ele] havia proibido a calunia em seu
discurso de despedida aos seus seguidores, ligando a sua proibição à proibição
da transgressão contra a vida de outra pessoa ou a propriedade. Então,
enfatizou o quanto é proibida declarando a sua proibição ser como da
inviolabilidade da terra e do mês sagrado”.
2. O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com
ele] disse: “Um dos grandes sinais do fim dos tempos é soltar a língua sem ter
direito contra a honra de um muçulmano”. [Sunan Abu Daud 4877].
3. ‘Aishah relata que ela disse ao Profeta [que a paz e
as bênçãos de Allah estejam com ele]: “Vou dizer algo a você sobre a Safiah,
ela é baixinha”. Para isso, ele respondeu: “Tu dissestes uma palavra que se
pudesse ser misturada com a água do mar, iria contaminá-lo”. [Sunan At-Tirmidhi
2502 e Sunan Abu Daud 4875].
Al-Mubarakfuri, em seu comentário sobre esse hadith,
escreve: “Isso significa que se a calúnia fosse algo que pudesse ser misturado
com a água do mar, visivelmente a contaminaria apesar da grande quantidade e
abundancia de água que o mar contém. Como será então quando ela é misturada com
as nossas miseras boas ações?”
4. Uma vez dois companheiros criticaram um homem que
tinha sido punido por cometer adultério. O Profeta [que a paz e as bênçãos de
Allah estejam com ele] estava viajando e ao passar pela carcaça de um burro
disse: “Onde estão essas duas pessoas? Abaixe-se e comam da carne do burro!”.
Sunan Abu Daud 4428].
Eles disseram: “Ó Profeta de Allah! Quem comeria isto?”.
Ele disse: “Vocês dois recentemente difamaram a honra do
seu irmão, o que é muito pior do que comer isso”.
Algumas palavras dos Predecessores Piedosos [Salaf]
‘Amr b. Al-‘As, enquanto viajava com seus companheiros,
passaram por corpo de uma mula apodrecendo e disse: “Juro por Allah, é melhor
um de vós comer desta até que encha o estomago do que comer a carne de um
muçulmano”.
Ka’b al-Ahbar disse: “Caluniar os outros anula as boas
ações de uma pessoa”.
Al-Hasan Al-Basri disse:
“Juro por Allah, a calunia é
mais rápida no consumo da religião de um muçulmano do que uma infecção
gangrenosa que consume o corpo humano”.
Sufian b. Uiainah disse: “A calunia é pior do que uma
dívida. A dívida pode ser paga, mas a difamação não”.
‘Ali b. Al-Husain vez, ouvi duas pessoas envolvidas na
calunia e disse: “Mantenha-se afastado da calúnia, pois é a comida de
vira-latas entre as pessoas”.
Razões pelas quais as pessoas entram no pecado de
caluniar outros
1.
A fraqueza
da fé e a falta de piedade tornam a pessoa descuidada no falar, não medindo as
próprias palavras e rebelando-se com as pessoas quando falar.
Quando ‘A’ishah foi acusada de desonestidade, sua
co-esposa Zainab bint Jahsh foi questionada a respeito dela. Zainab disse:
“Ó
Mensageiro de Allah! Eu protejo minha audição e minha visão. Eu não sei nada
dela, exceto aquilo que é bom”. ‘Aishah depois comentou: “Ela era minha rival
dentre as esposas do Mensageiro de Allah [que a paz e as bênçãos de Allah estejam
com ele]. Que Allah a mantenha no caminho da piedade”. [Sahih Al-Bukhari 2661].
2. Outro motivo para as pessoas cometerem calunia, é
devido às amizades que elas mantêm. Para agradar os seus amigos e conhecidos
elas cometem inúmeras calunias com as pessoas. Allah nos diz transmitindo as
palavras dos habitantes do inferno [significado em português]: “Dialogávamos em
vão, com os faladores”. [Surah Al-Mudaththir 74: 45].
3. Outra razão é o ódio, a inimizade e a inveja para com
os demais. Ibn Taymiyah diz: “Algumas pessoas são inspiradas pela inveja e
cometem calunia, e ao fazer isso, combinam dois traços desprezíveis: A calúnia
e a inveja”.
4. Amor ao mundo e à busca de status fazem com que as
pessoas caluniem outros. Fudail ib ‘Iiad disse: “Ninguém quer a liderança sem a
inveja e a transgressão, procurando defeitos nos demais e odiando ao ouvir
alguém mencionar qualquer coisa boa de outra pessoa”
Como nos livrar desta característica desprezível
1.
Podemos nos
proteger desse tipo de comportamento com dos demais, aumentando nosso medo do
castigo de Allah e através do nosso sentimento de vergonha diante Dele. Isto
pode ser obtido através da leitura e reflexão frequente sobre os versículos do
Alcorão e nos ahadith de nosso querido Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah
estejam com ele], onde falam sobre a punição de Allah, no encorajamento do
arrependimento e naqueles que nos advertem sobre as más ações.
Allah diz [significado em português:
“Pensam, acaso, que
não ouvimos os seus segredos e suas confidências? Sim! Porque os Nossos
mensageiros [anjos], entre eles registram”. [Surah Az-Zukhruf 43: 80].
O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com
ele] disse:
“Sinta vergonha perante Allah como se estivesse na frente Dele.
Assim que cuide sua cabeça e o que contém nela, cuide o seu estômago e que
colocaste nele e pense na morte e no retornar ao pó”. [Sunan At-Tirmidhi 2458].
2. Podemos refletir sobre o quanto perdemos toda vez que
pronunciamos algumas palavras ruins sobre outra pessoa.
O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com
ele] uma vez perguntou aos seus companheiros:
“Vocês sabem qual é a pessoa que
está falida?”. Eles responderam: “A pessoa entre nós que está falida é aquela
que não possui nem dinheiro nem provisão”.
O Profeta [que a paz e as bênçãos de
Allah estejam com ele] disse:
“E aquele que está falido dentre os meus
seguidores, é o que vem no Dia da Ressurreição com a oração, a caridade e jejum
a seu favor. No entanto ele havia insultado, havia golpeado, havia se
aproveitado da riqueza dos outro e, devido a isso, suas boas ações serão
retiradas dele. Então, as suas boas ações acabarão e os pecados daqueles a quem
ele injustiçou serão tomados e colocados em cima dele, logo será lançado no
fogo [do Inferno]”. [Sahih Muslim 2581].
3. Um ótimo remédio que pode ajudar a nos livrar deste
mau hábito, é o de refletir sobre nossas próprias falhas e tomar os meios para
melhorar a nós mesmos. Se nos preocupar-mos com nossas próprias falhas, não
encontraremos tempo para nos preocupar-mos com os defeitos dos demais. Devemos
temer ao falarmos dos defeitos e erros dos outros, pois Allah poderá nos punir
e nos afligir com o mesmo.
Al-Hasan Al-Basri disse: “Costumávamos lembrar uns aos
outros sobre o comentar as falhas de um irmão devido a um pecado, e que ele
tinha que se arrepender pois seria punido por Allah ao cair no mesmo pecado”.
Abu Hurairah disse: “Um de vocês vê a poeira no olho do
seu irmão, mas não consegue ver a sujeira em seu próprio”.
4. Mantendo-se junto das pessoas virtuosas e largando as
más companhias nos ajuda evitar a calunia.
O Profeta [que a paz e as bênçãos de Allah estejam com
ele] disse: “A aparência de um bom companheiro e um mau companheiro é como de
uma pessoa que transporta almíscar e outro que trabalha no fole [de uma
fornalha]. A pessoa que transporta almíscar pode lhe dar algo dele ou poderás
desfrutar do agradável perfume. A pessoa que trabalha no fole pode lhe sujar
roupas ou pelo menos fazer você sentir o mau cheiro”. [Sahih Al-Bukhari 2101 e
Sahih Muslim 2628 - e essa é a narração de Muslim].
An-Nauaui escreve comentando sobre este hadith: “Nos
mostra as virtudes de se manter na companhia dos justos que realizam boas ações
e possuem um bom caráter… Ele nos proíbe da companhia de pessoas que praticam más
ações e inovações, aqueles que caluniam outros, aqueles que conhecidamente
pecadores e ociosos”.
5. A pessoa que possui o hábito de caluniar os outros
deve tomar uma decisão firme com ela mesmo para deter isso.
Podemos ver o exemplo de Rasul ibn Wahb que disse: “Fiz
um juramento onde a cada vez que eu falasse mal de alguém, jejuaria um dia.
Isso só me esgotou as forças, pois gostava de caluniar e jejuar. Então decidi
que cada vez ao caluniar alguém, iria gastar uma moeda de prata em caridade.
Então, por amor ao dinheiro, me dei por vencido da calúnia”.
Unicidade e Luz
Explicando o Islam de forma clara e simples
unicidadeeluz@hotmail.com.br
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Cristofóbicos e homofóbicos, uma guerra assimétrica, nosso ódio velado de cada dia.
A encenação da crucificação
de Jesus em plena parada gay causou muito mal estar entre cristão de diversas
denominações. Uns consideraram blasfêmia, outro, apenas deboche, mas a maioria
entendeu como uma provocação aberta aos cristãos.
Particularmente,
não me senti nem um pouco ofendido ao ver uma ativista gay pregada numa cruz.
Afinal, Segundo os dogmas cristãos Jesus não morreu somente por héteros. Na
cruz, Ele Se identificou com os excluídos, os oprimidos, os marginalizados, e
ao fazê-lo, assumiu em Si todos os nossos pecados e mazelas, sejam de que
natureza fossem inclusive sexual. Não há dilema humano que não caiba na cruz
dentro do contexto cristão principalmente se for feita apenas a releitura do
novo pacto ou testamento. Já que o antigo é voltado ao povo das tribos.
O que vi
representado naquela cena foi o sofrimento de um segmento que tem sido vítima
de “nosso de cada dia mos daí hoje: preconceito, nojo e ódio” Ódio esse que na
cultura brasileira é de coração pois amamos com o coração e odiamos com o
coração. O que deveria incomodar os cristãos, não é a cena em si, mas aquilo
que ela pretende denunciar. E por mais doloroso que seja admitir, temos
engrossado o coro de seus algozes. OS discursos inflamados dos púlpitos das
comunidades neo-pentecostais, travestidos de piedade cristã, só fazem fomentar
ainda mais a intolerância e o desamor.
O que para alguns
pareceu um insulto, para mim soou como um pedido de socorro. Se a intenção era
apenas provocar, eles conseguiram. Provocaram o que já estava latente no povo
de cristo, o ódio inconfessável ou a compaixão.
Sobre a cabeça do
ativista crucificado uma placa que dizia "Basta de homofobia". Se
isso não for um pedido de socorro, não sei o que é.
Próximo dali, um
grupo de cristãos conscientes exibiam uma faixa que dizia "Jesus cura a
homofobia". Nem tudo está perdido. No meio desta loucura que se instalou
em vários lugares do Brasil, ainda restam alguns oásis de lucidez e
misericórdia. Pena que seja uma minoria. E tomara que se torne uma minoria bem
barulhenta.
A maioria está tão
obcecada com a ideia de curá-los daquilo que reprovam como conduta, que não
percebe o quão doente está.
Obviamente que
políticos evangélicos que têm sido eleitos em cima desta guerra idiota vão
aproveitar ao máximo o episódio para se auto-promoverem. Quanto mais
animosidade entre cristãos e gays, melhor para eles. Só não vê quem não quer.
E Jesus, será que
Se ofendeu? Ora, se Ele foi capaz de rogar perdão por aqueles que o crucificavam
pra valer, duvido muito que não tenha relevado o que não passou de uma
representação artística. Não creio num Jesus ranzinza, insensível e incapaz de
compreender muitas “idiossincrasias” e incongruências. Creio que do alto céu,
Ele olhou com misericórdia aquelas milhões de pessoas que desfilavam na Avenida
Paulista como ovelhas que não têm pastor.
Quem sabe encontrou
mais sinceridade em cima daquele trio-elétrico do que em cima de púlpitos e
dentro de muitas igrejas ou outros que desfilaram dois dias antes na Marcha para
Jesus, regada a bebidas inebriantes e outras coisitas. Assim como encontrou
mais fé num centurião romano idólatra do que nos religiosos escrupulosos que o
seguiam. Imagino o quão ofendidos ficaram ao ouvirem dos lábios de Jesus: Nunca
encontrei tamanha fé, nem mesmo em Israel. Em nosso caso, talvez o que sobre de
fé esteja faltando de amor.
Que tal se em vez
de ficar colocando lenha na fogueira da luta fraticida da nova e nada santa
inquisição, não alimentamos o que ainda nos restou da chama do amor ?
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